Hoje, 8 de setembro, na Pastoral
da Mulher de BH, unidade oblata em MG, fizemos memória da morte do Pe. José
Benito Serra, fundador da Congregação das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor,
juntamente com Antonia Maria de Oviedo
SchontaI .
Foi em 1862, em visitas ao
Hospital São João de Deus, que Pe. Serra pode presenciar as dores e os
sofrimentos de mulheres em situação de prostituição e se determinou a ajuda-las.
Com o proposito de compreender
melhor a vida e a obra do P. Serra, fomos convidadas a fazer seu mesmo
percorrido visitando uma das salas da Pastoral que tinha sido preparada com objetos
e palavras que evocavam essas primeiras visitas do nosso Fundador àquele
Hospital.
A continuação, depois de uma
emotiva partilha dos sentimentos surgidos com essa “visita”, a Ir. Evelyn explicitou
alguns detalhes mais da experiência espiritual do P. Serra, e da importância de
testemunhar no momento presente seu exemplo de amor e entrega à causa da mulher
em situação de prostituição.
Biografia do P. José Benito Serra
Padre José Benito Serra nasceu em
11 de maio de 1810, na cidade de Mataró – região de Barcelona (Espanha) Teve
uma infância difícil e pobre, especialmente depois de tornar-se órfão aos 11
anos. Aos 16 anos entrou para a Ordem de São Bento, no mosteiro de São Martinho
de Santiago de Compostela, sendo ordenado sacerdote em 18 de março de 1835. As
crises políticas e perseguições religiosas em seu país forçaram-no a buscar
refúgio em Roma.
Com o objetivo de continuar a
vida beneditina no mosteiro da Santíssima Trindade de Cava -Nápoles, onde
conheceu o trabalho das Missões além fronteiras. Engajado nesta Missão na
Austrália, onde trabalhou com os aborígines, foi nomeado bispo, assumindo a
obra de evangelização nas cidades de Port Victória e Perth, onde formou
comunidades, construiu igrejas e teve seu primeiro contato com mulheres em
situação de prostituição. Eram moças irlandesas que haviam cometido pequenos delitos,
movidas pela fome em seu país e chegavam ali enviadas pela corte britânica.
Indignado com a situação, Pe. Serra comentava: “Não posso ajudar apenas aos
nativos explorados pelos colonos ingleses. Aquelas moças enviadas para cá
também são exploradas”.
Como colônia da Inglaterra, a
Austrália era predominantemente protestante, o que levou Pe. Serra a vivenciar
vários conflitos. Movido por questões políticas, regressou a Itália em 1860,
solicitando a sua renúncia como bispo ao Papa Pio IX e, enquanto aguardava por
sua liberação, iniciou a Obra Apostólica em favor das Missões. Sua volta a Roma
também foi marcada pelo primeiro encontro com Antonia Maria de Oviedo Schontal,
começando ali uma grande amizade que resultaria anos depois na fundação da
Congregação de Irmãs Oblatas.
Em 1862, já em Madri (Espanha),
Pe. Serra dedicava seu tempo às atividades pastorais, como: Escolas Dominicais,
Conferências de São Vicente de Paulo e visitas ao Hospital São João de Deus.
Foi neste hospital que ele mais uma vez pode presenciar as dores e os
sofrimentos de mulheres excluídas pelos vícios e prostituição. Feridas no corpo
e na alma, essas mulheres vítimas do desemprego e da pobreza, que assolaram a
população rural em plena Revolução Industrial, viam na prostituição a única
resposta para sua sobrevivência. Acometidas por doenças, eram enviadas ao
Hospital João de Deus e entregues a própria sorte.
A realidade daquelas mulheres
que, quando enfermas, eram mantidas nos porões do Hospital e, quando curadas,
não tinham para onde ir e nem uma opção de trabalho fora da prostituição, pois
suas famílias não as aceitavam de volta e ninguém queria dar-lhes emprego,
novamente sensibilizou o coração misericordioso de Pe. Serra, levando-o a
afirmar: “É muito doloroso o que tenho presenciado para ficar tranqüilo, sem
fazer alguma coisa por elas. Se todas as portas estão fechadas, eu lhes abrirei
uma onde possam se salvar”. Neste momento, Pe. Serra tomou a decisão de ajudar
essas mulheres.
Em 8 de setembro de 1886, falecia
em Benicasim/Espanha.
(Fonte: www.oblatas.org)
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