sexta-feira, 17 de julho de 2015

Operação da PF em RR encontra 16 venezuelanas em casa de prostituição

Deflagrada na noite da quarta-feira (15), a operação da Polícia Federal (PF) em Roraima ‘La Sombra’, contra o tráfico internacional de mulheres, encontrou 16 venezuelanas trabalhando em casas de prostituição em Boa Vista. Ao todo, 20 pessoas foram levadas à sede da polícia para serem ouvidas na madrugada desta sexta (16). Ninguém foi preso.


Segundo a PF, depois de dois meses de investigação cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em cinco estabelecimentos no bairro Caimbé, zona Oeste da capital. Das 16 mulheres encontradas, três estavam de forma irregular no país e as outras estavam com visto de turismo.

“O procedimento de migração foi adotado. Então, mesmo aquelas que a priori estavam regulares como turistas, quando constatamos as atividades que estavam exercendo, suspendemos a ‘permisso’ e as notificamos para que deixem o país em oito dias. Se depois disso elas forem encontradas no estado faremos a deportação obrigatória e a entrega para as autoridades da Venezuela”, explicou a delegada responsável pelo caso, Denisse Dias.

De acordo com a delegada, um dos focos do interrogatório era verificar se as mulheres sofriam algum tipo de coação ou eram mantidas em cárcere privado.

“Foi constatado que não existia o cárcere privado nem a coação em si. Mas a atividade, a exploração da prostituição foi confirmada. Os responsáveis pelos estabelecimentos foram indiciados no artigo 229 [do Código Penal Brasileiro] por manter e facilitar esse tipo de atividade”, disse.

Após serem ouvidos, todos os conduzidos foram liberados. O próximo passo, segundo a delegada, é relatar o inquérito e encaminhar para o Ministério Público Federal (MPF).


O esquema e a crise econômica

Segundo a delegada Denisse, a crise econômica na Venezuela faz com que jovens mulheres venezuelanas procurem o Brasil para ganhar dinheiro trabalhando em casas de prostituição.

Denisse explicou que no caso investigado, a maioria das mulheres veio a Roraima por conta própria. “A maioria das pessoas que mexe com esse esquema de exploração sexual divulga a propaganda e volta para o Brasil. As mulheres, pelos seus meios próprios, inclusive financeiros, vem procurar esses ambientes”, disse a delegada. Denisse afirmou que dessa forma os criminosos tentam desconfigurar o crime de aliciamento.

À polícia, as mulheres informaram que o programa custa em torno de R$ 100 por meia hora. Desse valor, R$ 20 são pagos ao proprietário do estabelecimento. Cada mulher faz em torno de 4 a 5 programas por dia.


Fonte: G1

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