Deflagrada na noite da
quarta-feira (15), a operação da Polícia Federal (PF) em Roraima ‘La Sombra’,
contra o tráfico internacional de mulheres, encontrou 16 venezuelanas
trabalhando em casas de prostituição em Boa Vista. Ao todo, 20 pessoas foram
levadas à sede da polícia para serem ouvidas na madrugada desta sexta (16).
Ninguém foi preso.
Segundo a PF, depois de dois
meses de investigação cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em
cinco estabelecimentos no bairro Caimbé, zona Oeste da capital. Das 16 mulheres
encontradas, três estavam de forma irregular no país e as outras estavam com
visto de turismo.
“O procedimento de migração foi
adotado. Então, mesmo aquelas que a priori estavam regulares como turistas,
quando constatamos as atividades que estavam exercendo, suspendemos a
‘permisso’ e as notificamos para que deixem o país em oito dias. Se depois
disso elas forem encontradas no estado faremos a deportação obrigatória e a
entrega para as autoridades da Venezuela”, explicou a delegada responsável pelo
caso, Denisse Dias.
De acordo com a delegada, um dos
focos do interrogatório era verificar se as mulheres sofriam algum tipo de
coação ou eram mantidas em cárcere privado.
“Foi constatado que não existia o
cárcere privado nem a coação em si. Mas a atividade, a exploração da
prostituição foi confirmada. Os responsáveis pelos estabelecimentos foram
indiciados no artigo 229 [do Código Penal Brasileiro] por manter e facilitar
esse tipo de atividade”, disse.
Após serem ouvidos, todos os
conduzidos foram liberados. O próximo passo, segundo a delegada, é relatar o
inquérito e encaminhar para o Ministério Público Federal (MPF).
O esquema e a crise econômica
Segundo a delegada Denisse, a
crise econômica na Venezuela faz com que jovens mulheres venezuelanas procurem
o Brasil para ganhar dinheiro trabalhando em casas de prostituição.
Denisse explicou que no caso
investigado, a maioria das mulheres veio a Roraima por conta própria. “A
maioria das pessoas que mexe com esse esquema de exploração sexual divulga a
propaganda e volta para o Brasil. As mulheres, pelos seus meios próprios, inclusive
financeiros, vem procurar esses ambientes”, disse a delegada. Denisse afirmou
que dessa forma os criminosos tentam desconfigurar o crime de aliciamento.
À polícia, as mulheres informaram
que o programa custa em torno de R$ 100 por meia hora. Desse valor, R$ 20 são
pagos ao proprietário do estabelecimento. Cada mulher faz em torno de 4 a 5
programas por dia.
Fonte: G1
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