Você já deve ter recebido fotos
íntimas por WhatsApp. Se é de alguém que você está paquerando ou com quem você
se relaciona, não tem problema. Mas o que você faz se a imagem é de uma pessoa
que posou para outra — e apenas para esta — e não autorizou o compartilhamento?
A Prefeitura de Curitiba entrou
no debate sobre a pornografia da vingança (revenge porn, em inglês) — a prática
de divulgação de cenas íntimas, vídeos ou nudes de uma pessoa, sem o
consentimento dela.
O pessoal da Prefs lançou uma
campanha genial por WhatsApp para alertar sobre a violação da intimidade,
principalmente de meninas e mulheres.
A ação nacional, intitulada
"Mulheres Incompartilháveis", consiste no envio de fotos e vídeos
pelo aplicativo de troca de mensagens.
"O foco é WhatsApp: a imagem
em JPG e o vídeo estão borrados de propósito, lembrando o arquivo que está
sendo carregado", explica o diretor de marketing e publicidade da
prefeitura, Marcos Giovanella, em entrevista ao Brasil Post.
Quando o usuário amplia a imagem,
ele lê a mensagem contra o revenge porn e é sensibilizado:
Em dois anos, o número de vítimas
da pornografia da vingança quadruplicou no Brasil. Só em 2014, foram 224
usuários de internet que denunciaram o crime para a SaferNet.
Tanto a primeira pessoa que vaza
um vídeo íntimo não autorizado quanto aqueles que seguem compartilhando estão
sujeitos a processo. Em geral, eles respondem por injúria e difamação por
causar dano à imagem e à honra da mulher exposta.
Sancionado em 2014, o Marco Civil
da Internet facilita a punição dos responsáveis.
A campanha "Mulheres
Incompartilháveis" visa à conscientização de todos que costumam trocar
fotos íntimas por internet e celular, diz Marcos Giovanella:
"Esperamos que haja uma real
mudança de comportamento. Que os homens coloquem a mão na consciência e pensem:
'ela fez uma foto sensual para mim, só para mim, em um momento X'. Se a relação
acabou, essa imagem não pode ser compartilhada. Ele não pode usar como
chantagem para destruir a vida da ex-parceira."
Em 2013, duas adolescentes se
suicidaram no Brasil após serem vítimas de pornografia da vingança.
Denúncias podem ser feitas à
Central de Atendimento à Mulher pelo número 180. A ligação é gratuita e pode
ser feita de fixo, celular e telefone público.
Fonte: Brasil Post
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