terça-feira, 14 de julho de 2015

Malcomidas: página do Facebook prega ódio e desvalorização da mulher


“Zuar, zuar e zuar”, assim se define uma página do Facebook intitulada “Malcomidas”, seguida por 19 mil pessoas e com um só objetivo: pregar o desrespeito, violência e a desvalorização da mulher por meio de postagens preconceituosas e ofensivas.

Mas no Brasil e no mundo, o cenário de opressão vivido pela população feminina não sugere nenhum tipo de “zoeira” ou qualquer forma de humor. A suposta piada, que nunca existiu, acaba por aqui.

Abaixo, você, leitor, saberá por que:

Emprestamos dados recentes de uma pesquisa que avalia e denuncia a situação da mulher no Brasil, um país onde eu, você ou qualquer pessoa convive com a violência praticada de forma explícita e declarada. As informações são do site “Compromisso e Atitude”.
Esses dados foram revelados no Balanço dos atendimentos realizados em 2014 pela Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR).
  •  43% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente;para 35%, a agressão é semanal.
  •  Em relação ao momento em que a violência começou dentro do relacionamento, os atendimentos de 2014 revelaram que os episódios de violência acontecem desde o início da relação (23,51%) ou de um até cinco anos (23,28%).
  • Em 2014, do total de 52.957 denúncias de violência contra a mulher, 27.369 corresponderam a denúncias de violência física (51,68%),16.846 de violência psicológica (31,81%), 5.126 de violência moral (9,68%), 1.028 de violência patrimonial (1,94%), 1.517 de violência sexual (2,86%), 931 de cárcere privado (1,76%) e 140 envolvendo tráfico (0,26%).
  • Dos atendimentos registrados em 2014, 80% das vítimas tinham filhos, sendo que 64,35% presenciavam a violência e 18,74% eram vítimas diretas juntamente com as mães.
  • Entre 1980 e 2010 foram assassinadas mais de 92 mil mulheres no Brasil, 43,7 mil somente na última década. Segundo o Mapa da Violência 2012 divulgado pelo Instituto Sangari, o número de mortes nesse período passou de 1.353 para 4.465, que representa um aumento de 230%.
  • Já o Mapa da Violência 2013: Homicídios e Juventude no Brasil revela que, de 2001 a 2011, o índice de homicídios de mulheres aumentou 17,2%, com a morte de mais de 48 mil brasileiras nesse período. Só em 2011 mais de 4,5 mil mulheres foram assassinadas no país.




Fonte: Geledes

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