Mais de um terço de todas as mulheres do mundo são vítimas
de violência física ou sexual, o que representa um problema de saúde global com
proporções epidêmicas, disse um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS)
nesta quinta-feira.
A grande maioria das mulheres sofre agressões e abusos de
seus maridos ou namorados, e sofrem problemas de saúde comuns que incluem ossos
quebrados, contusões, complicações na gravidez, depressão e outras doenças
mentais, diz o relatório.
“Esta é uma realidade cotidiana para muitas, muitas mulheres”,
disse Charlotte Watts, especialista em política de saúde na Escola de Higiene
& Medicina Tropical de Londres e uma dos autores do relatório, em
entrevista à Reuters.
O relatório, uma co-autoria de Watts e Claudia
Garcia-Moreno, da OMS, concluiu que quase dois quintos (38 por cento) de todas
as mulheres vítimas de homicídio foram assassinadas por seus parceiros, e 42
por cento das mulheres que foram vítimas de violência física ou sexual por
parte de um parceiro sofreram lesões como consequência.
O relatório constatou que a violência contra as mulheres é
uma das causas para uma variedade de problemas de saúde agudos e crônicos, que
vão desde lesões imediatas, infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, à
depressão e transtornos de saúde mental.
As mulheres que sofrem violência de seus parceiros são 1,5
vezes mais propensas a ter sífilis, clamídia ou gonorréia. E, em algumas
regiões, incluindo a África sub-saariana, têm 1,5 vezes mais probabilidade de
serem infectadas com o vírus da Aids, diz o relatório.
A OMS está emitindo orientações para os profissionais de
saúde sobre como ajudar as mulheres que sofrem violência doméstica ou sexual.
Eles salientam a importância em treinar os profissionais de saúde para
reconhecer quando as mulheres podem estar em risco de ser agredida pelo
parceiro e saber como agir.
Em um comunicado que acompanha o relatório, a diretora-geral
da OMS, Margaret Chan, disse que a violência causa problemas de saúde com
“proporções epidêmicas”, acrescentando: “os sistemas de saúde do mundo podem e
devem fazer mais pelas mulheres que sofrem violência.”
Fonte: Exame
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