Reproduzimos a seguir alguns artigos desde diferentes pontos
de vista sobre este tema. O governo retirou do ar peças que tratam de
felicidade (com dizeres "Sou feliz sendo prostituta"), de cidadania
(com slogan "O sonho maior é que a sociedade nos veja como cidadãs")
e da luta contra a violência ("Não aceitar as pessoas da forma que elas
são é uma violência"), deixando apenas as que associam prevenção com
camisinha.
A felicidade da
prostituta incomoda muita gente
por Milton Jung
Das missas na Igreja do Menino Deus, em Porto Alegre, lembro
de algumas passagens. As homilias realísticas do padre Tarcísio de Nadal eram
provocantes, pois falava coisa que padre não costumava falar naquela época. Era
final dos anos 1970, início dos 1980. Cutucava as carolas que sentavam na
primeira fila de bancos da Igreja e lembrava que não bastava estarem presentes
com roupa recatada e oração decorada se, ao saírem pela porta, cuspiam no chão
diante de uma prostituta, na avenida Getúlio Vargas. Aquelas mulheres,
referia-se as moças que faziam ponto mais à frente, têm de ser respeitadas como
qualquer outra. Católicos não poderiam se dar ao direito de discriminar seres
humanos, aprendi das suas falas.
Muita coisa mudou desde as domingueiras na Igreja, nem todas
para melhor. Desde a semana passada, a imagem de uma prostituta gaúcha, que
soube depois faz ponto na praça da Alfândega, a 20 minutos do Menino Deus,
derrubou um diretor do Ministério da Saúde, constrangeu o Ministro e expôs o
lado mais conservador da sociedade (e de colegas meus, também). A peça, você já
deve ter lido sobre isso, foi criada em oficina que reuniu profissionais do
sexo, como costumam dizer por aí, e buscava melhorar a autoestima destas
mulheres, chamar atenção para o respeito que merecem e os cuidados que devem
ter com doenças sexualmente transmissíveis.
O que pegou mesmo foi a frase usada em um dos cartazes: “Eu
sou feliz sendo prostituta”. Que direito aquela mulher, olhando no meu olho,
tinha de jogar na minha cara a felicidade dela? Este sentimento que muitos de
nós não somos capazes de alcançar com a realização do nosso trabalho ou em meio
a nossa família. Imagine ela, desrepeitada, cuspida – para lembrar as carolas
do padre Tarcísio – e esquecida pela sociedade. Jamais poderia ser feliz. Uma
falta de respeito desta senhora. Pensaram muitos.
Imediatamente, todos saíram a falar sobre o assunto e
criticar o comportamento do Ministério da Saúde, que pressionado recuou da
iniciativa, cancelou a campanha que circularia nas redes sociais, defenestrou o
diretor do Departamento de Doenças Sexuais Transmissíveis (DST), Aids e
Hepatites Virais do ministério, Dirceu Greco, e jogou fora a boa oportunidade
de avançar nas políticas públicas para as populações mais vulneráveis. Deve
imaginar que assim o problema da prostituição esteja resolvido.
No fim de semana, descobre-se que, sim, é possível ser
prostituta e feliz, assim como ser jornalista, engenheiro, arquiteto, ou seja
lá qual for a profissão que você escolheu, e ser feliz. A modelo do cartaz,
Nilce Machado, de 53 anos, foi ouvida por Elder Ogliari, do caderno Aliás, do
Estadão, e disse com todas as letras: “sou prostituta e feliz porque adquiri
muito conhecimento, é na profissão que consigo ajudar minhas colegas, ganho meu
dinheiro, não tenho patrão, faço meu horário, tenho minha liberdade, cuido da minha
saúde … além disso, tenho uma bela família que me aceita como sou, prostituta e
feliz”. Coisas que muitos de nós não conquistamos até hoje. Por digna que é,
teve mais coragem do que o ministro Alexandre Padilha. Além de falar do tema
abertamente e não se esconder nas esquinas, anunciou seu descontentamento com a
decisão do Governo Federal, disse que ficou aborrecida e não está mais
disponível para campanhas no ministério.
Nas redes sociais, garotas de programa também criticaram a
postura do governo. Monique Prada, por sinal tão gaúcha como Nice, e como as
carolas do padre Tarcísio, lembrou, no Twitter, que a campanha “não tratava
apenas de prevenção de DSTs, mas também da cidadania da prostituta”. Em outro
texto, defendeu a legitimação da prostituição, acompanhada de cuidados
especializados com saúde, diminuição do preconceito e garantia de diversos
outros direitos: “a prostituição em si não fere a dignidade humana. As
condições em que algumas colegas exercem sua atividade, sim”.
Ou seja, aqueles que não conhecem a situação das
prostitutas, não convivem com elas, ou convivem como clientes sem respeitá-las,
se apressaram em dizer que não é possível ser feliz assim. As prostitutas,
discordam.
Saudades do Padre Tarcísio!
No país em que muitos
intelectuais se comportam como prostitutas,...
Por Reinaldo Azevedo
No país em que muitos intelectuais se comportam como
prostitutas, seria fatal que prostitutas se comportassem como intelectuais. Ou:
O declínio do que não chegou ao esplendor
No país em que se multiplicam intelectuais que se comportam
como prostitutas e prostitutos, era questão de tempo que as prostitutas
reivindicassem a condição de intelectuais. Não que, em muitos casos, a
comparação não lhes seja realmente vantajosa e não possam produzir um saber
que, vá lá, consegue ser ao menos mais prazeroso do que o rame-rame e o vai e
vem de mera exaltação e justificação do poder em que se transformaram muitos
setores da academia no Brasil. Vamos convir, não é? Receber dinheiro público —
ou de estatais — para “pensar” e “produzir pesquisa” a serviço de um partido só
é coisa diferente de cobrar para fazer gostoso porque é pior. A prostituta, ao
menos no seu formato original — não me refiro às que passaram a falar como
pós-doutorandas (já chego lá) —, tem o diferencial positivo da sinceridade. Não
disfarça o que faz, não busca maquiar a natureza do seu trabalho. Já os que
recebem capilé público para aplaudir o poder de turno tentam transformar a
prostituição intelectual numa manifestação de resistência.
Leio no Globo um troço realmente espetacular. Reproduzo
trecho em vermelho. Volto em seguida.
Quatro Prostitutas que participaram
da campanha de prevenção à Aids com a frase “Sou feliz sendo prostituta”, que
acabou sendo retirada do ar, vão enviar notificação extrajudicial ao Ministério
da Saúde, na quarta-feira, conforme informou a coluna do Ancelmo Gois nesta
terça-feira. Por meio do documento, elas pedem a revogação da autorização de
uso de imagem e exigem a imediata suspensão das outras peças publicitárias em
que aparecem.
As prostitutas da campanha
argumentam “radical mudança” na campanha original, que deixou de privilegiar “o
enfrentamento do estigma e preconceitos como estratégia de prevenção às DST e
Aids” para focar-se apenas no incentivo ao uso da camisinha, tornando-se
“higienizada e descontextualizada”.
“A proposta era reafirmar o
entendimento, já consolidado técnica e politicamente, de que, para além das
questões e informações biomédicas, o gozo de direitos básicos, autoestima e
cidadania constitui condição imprescindível para a promoção da saúde,
especialmente em grupos considerados sob maior vulnerabilidade social em razão
do estigma, preconceito e discriminação social”, diz a notificação, elaborada
pela Rede Brasileira de Prostitutas.
Segundo a ONG Beijo da Rua, o
Ministério da Saúde retirou do ar peças que tratam de felicidade (“sou feliz
sendo prostituta”), de cidadania (“o sonho maior é que a sociedade nos veja
como cidadãs) e da luta contra a violência (“não aceitar as pessoas da forma
que elas são é uma violência”), deixando apenas as que associam prevenção com camisinha.(…)
Voltei
Bem, prostituta que fala e argumenta desse jeito tem de
estar dando aula na universidade, dedicando-se a conquistar clientes
ideológicos, não é mesmo? Entendi. Campanhas de prevenção à AIDS não podem ser
“higienizadas”… Claro, claro! “Estão falando de higienismo social, Reinaldo
Azevedo…” Sim, sim, suponho que seja isso. Mas não deixa ter a sua graça mesmo
assim.
Vejam bem: eu tenho uma visão, vamos dizer, “progressista”
sobre esse tema. Existem casos, especialmente nos rincões do Brasil, de
mulheres que foram levadas à prostituição ainda meninas por familiares. Não
tenho números, mas não creio que seja a regra. A prostituição, no mais das
vezes, é uma escolha mesmo. O antigo feminismo gostava de acreditar que ninguém
faz isso por gosto. Faz! Tio Rei veio da pobreza. Havia as mulheres pobres, a
maioria, que iam trabalhar nas fábricas, fazer faxina, vender cocada, e havia
aquelas que decidiram fazer a felicidade da molecada e dos casados
insatisfeitos. Era por gosto mesmo, não por determinação social ou da natureza.
Assim como a pobreza, em regra, não faz o marginal, também não faz a
prostituta.
Mas o determinismo social é coisa da velha sociologia, que
ainda tinha duas patas no marxismo e duas no falso cristianismo da Escatologia
da Libertação. O mundo mudou. O pós-marxismo vive a era da afirmação das
identidades, da expressão do “eu-enquanto-isso-e-aquilo”. Ainda que os
“mudernos” flertem com a ideia de que, na origem, a prostituição não é uma
escolha (o Brasil é viciado numa história triste…), mudam a perspectiva:
transformam a prostituição numa escolha ética mesmo, num modo de relacionamento
social que não é apenas aceitável; é mais do que isso: ele seria portador de um
saber não convencional que teria lições a dar à detestável sociedade
conservadora. Nessa perspectiva, vista com maus olhos é a mulher pobre que
decidiu, sei lá, lutar para superar a pobreza ou que venceu neste mundo cão.
Esta seria não mais do que a “classe média” que Marilena Chaui odeia,
entenderam?
Compreendam: não estamos mais diante do antigo paradigma da
puta que é, no fundo, uma santa — o mito de Maria Madalena está aí (embora seja
preciso fazer uma observação a respeito, já, já) — ou que exerce uma função
redentora, de controle social. Leiam, a propósito, “Amar, Verbo Intransitivo”,
de Mário de Andrade. Maria Madalena, a propósito, se arrepende e muda de vida;
na perspectiva da sociologia prostituinte, não há arrependimento, mas
transformação da atividade numa nova economia política.
E isso não se dá apenas com a prostituição, não! Os teóricos
dos, por assim dizer, atos viciosos decidiram ocupar a cena para anunciar ao
mundo que errados estão aqueles que, inseridos no mundo da produção — essa
gente que faz a sociedade funcionar —, não compreendem a particularíssima
abordagem, então, das prostitutas, dos consumidores de drogas, dos traficantes,
dos que que saem por aí depredando prédios públicos, dos que resolvem submeter
instituições a rituais de constrangimento e humilhação. São esses os heróis da
modernidade.
O curioso é que a sociedade “careta” e “retrógrada”, a tal
classe média que Marilena Chaui odeia, continua a ser a aquela que paga a conta
de todas as generosidades que se cobram do estado, não é? Se alguns milhares,
quem sabe milhões, decidiram enfiar o pé na jaca e consumir drogas, a conta
ainda será distribuída entre aqueles que, sem consumir nada, se dedicam a trabalhar
e a arrecadar recursos para o Fisco. Se milhares, quem sabe milhões, decidiram
fazer sexo sem proteção, também essa conta será enviada àqueles reacionários,
acusados de especialistas no papai-e-mamãe.
O declínio sem auge
Vocês assistiram ao filme “O Declínio do Império Americano”,
dirigido pelo canadense Denys Arcand? Há uma cena em que uma prostituta
masturba o seu cliente — um professor metido a pensador pós-moderno — enquanto
faz uma longa arenga, muito douta, muito sábia, plena de saberes alternativos,
sobre a crise do ano 1000… Ela não para nem mesmo quando ele avisa que, como
diriam os portugueses, está “a vir-se”.
Essa história da notificação extrajudicial é uma evidência,
sim, da nossa decadência. A única coisa chata é que a decadência colhe o país
antes da chegada ao esplendor.
Fonte: Revista Veja
A relativa felicidade
de prostitutas em campanha antiaids
por Fabiana Frayssinet, da IPS
“Sou feliz sendo prostituta”, dizia o cartaz censurado da
campanha de prevenção da aids. Foto: Beijo da Rua
Rio de Janeiro, Brasil, 12/6/2013 – A felicidade tem sido
fonte de eternas discussões filosóficas. Agora, o debate chegou a uma campanha
de prevenção à aids dirigida a prostitutas no Brasil, que levou à demissão de
seus responsáveis e propôs outro debate: qual é o limite da participação
popular na definição das políticas públicas? “Isso é apologia da prostituição”,
se escandalizaram setores conservadores antes que a campanha do Ministério da
Saúde começasse a ser veiculada.
Entretanto, no contexto de uma estratégia contra a aids, a
frase “Sou feliz sendo prostituta” surgiu de debates nacionais com suas
protagonistas. “Falava da dignidade de nossa profissão. Retirar essa frase é
uma violação de nossos direitos. Sobretudo pelo estigma social que sofremos”, afirmou
Leila Barreto, do Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará.
A campanha, do Departamento de Doenças Sexualmente
Transmissíveis, Aids e Hepatite, provocou a demissão de seu diretor, Dirceu
Greco, e a renúncia de dois subdiretores. “Foi uma grande decepção”, reconheceu
Leila à IPS. “Quanto mais fortalecidas, menos vulneráveis seremos à infecção. A
não ser que a sociedade diga: estas mulheres não existem. Mas existem e
contribuem para a sociedade com seu trabalho”, ressaltou.
A campanha, que não foi autorizada pela assessoria de
comunicação do Ministério, incluía outros depoimentos como “nosso maior sonho é
que a sociedade nos veja como cidadãs”. A campanha chegou a ser divulgada
apenas pela internet no dia 2, Dia Internacional da Prostituta, antes de ser
cancelada. A nova versão retomou seu eixo: “Orientar as profissionais do sexo
sobre a importância de usar preservativos” e estimulá-las a buscar prevenção em
hospitais públicos. “Prostituta que se cuida usa camisinha”, destaca a nova
campanha, que busca “reforçar a tolerância” e “eliminar” preconceitos.
No Brasil, a aids se concentra em grandes cidades, onde há a
maior proporção de grupos expostos, com índices de prevalência de 5,9% entre
consumidores de drogas, 10,5% em “homens que fazem sexo com outros homens”, e
de 4,9% em “mulheres profissionais do sexo”. A cada ano é registrada uma média
de 37 mil novos casos em um país onde se estima que 530 mil pessoas tenham o
vírus HIV, causador da aids, 150 mil delas sem saber disso.
“Estas medidas de prevenção valem para qualquer pessoa,
independente de sua condição de estar feliz ou triste. Não cabe ao Ministério
da Saúde fazer avaliações sobre a condição individual de cada pessoa”, diz um
comunicado dessa pasta. Alguns alertam para um “retrocesso” na estratégia
brasileira, considerada como uma das mais ousadas e efetivas em nível mundial.
“O Brasil ensinou ao mundo, com sua concepção de prevenção
da aids, de que populações vulneráveis e historicamente excluídas, como
homossexuais, prostitutas, viciados em drogas, são cidadãos e cidadãs que têm
direitos e que esse é o lugar a partir do qual se deve falar da prevenção”,
apontou à IPS o argentino Agustín Rojo, especialista em comunicação e HIV, e
sociólogo, que coordenou na Argentina políticas oficiais de comunicação sobre a
aids e outras infecções de transmissão sexual.
Entretanto, em um país onde as igrejas evangélicas têm um
grande peso político, “corre-se o risco de ‘matar’ o programa, misturando
religião com saúde coletiva”, alertou George Gouveia, do Grupo pela Vida. O
risco já existe para Greco, que atribuiu sua demissão a desacordos “na condução
de uma política de direitos humanos e valorização de populações em situação de
maior vulnerabilidade”, por seu conflito com “a política conservadora do atual
governo”.
Também mencionou outros casos emblemáticos, como a proibição
de um vídeo no carnaval mostrando uma relação entre dois homens e uma
historieta escolar sobre homofobia e sexualidade. “Não podem nos tratar como se
estivéssemos dentro do armário. Se não nos fazem visíveis, continuaremos nos
sentindo mutilados em nossos direitos”, disse à IPS o presidente do grupo gay
Arco-Íris, Júlio Moreira.
Para Rojo, a questão é que o Estado “dê voz e visibilidade a
setores discriminados”, mas para “que a sociedade primeiro os reconheça e
depois os escute, não para que o Estado faça suas todas e cada uma de suas
posições”. “Quando uma mulher que recebe dinheiro em troca de sexo afirma
publicamente se sentir feliz expressa mais do que um sentimento individual. Para
ser claro, fixa uma posição política”, destacou.
Um exemplo é o debate entre “as que defendem sua condição de
trabalhadoras sexuais e aquelas que se assumem como mulheres em situação de
prostituição”, explicou Rojo. Neste caso, afirmou, “ser feliz” com uma
atividade, ou mesmo estar “orgulhoso” de uma orientação sexual, faz parte de
uma legítima reivindicação setorial. Mas a frase “não pode ser mecanicamente
transportada para uma campanha estatal de massa, porque não será facilmente
interpretada por todos. O Estado não é ninguém para dizer não seja feliz, mas
tampouco tem de aplaudir ou deixar de aplaudir essa escolha”, enfatizou.
“Por outro lado, se um cidadão, seja um travesti, uma
prostituta ou um viciado em drogas, não tem condições de cuidar de si mesmo ou
não sabe como fazê-lo, ou a quem recorrer, esse sim é um problema do Estado,
seja prostituta ou dona de casa, homossexual ou heterossexual”, ressaltou o
sociólogo. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, expressou o mesmo
sentimento. “Respeito as entidades e os movimentos que querem passar essa
mensagem (ser feliz), mas esse é seu papel”, afirmou. Agora a discussão gira
sobre o alcance de um discurso, que convoca à participação social, dentro da
política real.
“Fazer uma campanha para gays, prostitutas ou presos já é um
reconhecimento e uma dignificação dessas pessoas”, observou Rojo. “Isso é
enfrentar o estigma do alto do poder, com a mensagem de que ‘não atendo apenas
os ricos heterossexuais, mas também os pobres gays, prostitutas, transexuais, etc.’,
porque para mim são iguais”, opinou.
“Ao selecionar apenas uma determinada mensagem entre as
construídas nos painéis, o governo rechaça o conceito de igualdade, por negar
às prostitutas o direito de expressarem seus sonhos e ideias, de cidadania e afirmação
de identidade e visibilidade social”, argumentou Gabriela Leite, da organização
de prostitutas Da Vida. considerou “arrogante” o fato de ‘não crer que uma
prostituta possa ser feliz”.
Um perfil da prostituta brasileira, elaborado pelo
Ministério da Saúde, contribui para quantificar essa felicidade relativa. A
maioria tem entre 20 e 29 anos, curso primário incompleto e estão orgulhosas de
manterem seus filhos, não sofrem discriminação na saúde pública, gostam da
liberdade que lhes dá seu trabalho e consideram sua atividade mais rentável do
que outras. Por outro lado, se sentem humilhadas e discriminadas, evitam
revelar o que fazem, especialmente aos filhos, e suportam clientes desagradáveis
ou que não querem usar preservativos.
Fonte: www.envolverde.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário