A universitária Caren Lopes
Oliveira, de 20 anos, participa de um grupo de mulheres em Viçosa (MG) para
denunciar o assédio às mulheres (Foto: Pro fotos Viçosa MG/ÉPOCA)
Desde o ensino médio, Caren Lopes
Oliveira já tinha interesse por movimentos sociais. Com orientação de seu
professor de história, ela teve contato com textos de cunho feminista. Hoje,
aos 20 anos e estudante de medicina veterinária na Universidade Federal de
Viçosa, ela faz parte do coletivo feminista Vacas Profanas. Formado pelas
estudantes, o coletivo é um ponto de encontro para discutir problemas
enfrentados pelas mulheres.
“Sempre tem um retorno muito grande de meninas
dizendo que só precisavam de alguém que pudesse ouvi-las", diz Caren.
Um caso recente colocou o
coletivo na mídia. Representantes do grupo foram à Tribuna da Câmara Municipal
no dia 15 de setembro falar sobre os
casos recentes ocorridos nas festas da cidade. A resposta do vereador Helder
Evangelista (PHS) foi que a vítima da agressão “queria ser estuprada”. O grupo
e outros movimentos estudantis foram à Câmara Municipal manifestar repúdio ao
comentário do parlamentar. Os organizadores dos eventos procuraram o coletivo
para discutir o que pode ser feito para diminuir o assédio.
O grupo formado por mulheres deu
a oprotunidade de Caren discutir questões que não tinham espaço nos papos de
família. “Eu não tinha abertura para conversar sobre sexualidade em casa nem
com parentes e a primeira vez que eu tive foi no coletivo.” Falar fez ela se
sentir bem por saber que estava sendo ouvida com naturalidade e que não seria
julgada. Assim, na universidade, ela percebeu que não sabia muito sobre
feminismo. Não era suficiente aprender na teoria o que os livros diziam. A
partir das discussões com as outras meninas e da troca de experiências, ela
começou a entender o que é o movimento.
Para a estudante, a violência
contra as mulheres é diária e se dá de várias formas. Um exemplo é estar em um
espaço público e saber que não pode usar determinada roupa porque será
assediada. “Eu vim de saia hoje para a faculdade, mas me senti acuada. Gostaria
que um dia ninguém mais se sentisse assim. É isso que o feminismo busca.”
Fonte: Revista Época
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