Maria proclama também o Deus dos
pobres, porque "tira de seus tronos os poderosos" e deixa-os
impotentes para continuar com sua opressão; pelo contrário, "exalta os
humildes" para que recuperam sua dignidade. Clama aos ricos o que é roubado
dos pobres e "os despede de mãos vazias".
Este domingo a Igreja celebra a
Festa da Assunção da Virgem. A leitura que ela propõe é o Evangelho de Lucas
1,19-52. O teólogo espanhol Antonio José Pagola, comenta o texto.
SEGUIDORA FIEL DE JESUS
Os evangelistas apresentam a
Virgem com traços que podem reavivar nossa devoção a Maria, Mãe de Jesus. Seu
olhar nos ajuda a amá-la, meditá-la, imitá-la, orar e confiar nela com um
espírito novo e mais evangélico. Maria é a grande crente. A primeira seguidora
de Jesus. A mulher que sabe meditar no seu coração os feitos e as palavras de
Seu Filho. A profetisa que canta a Deus, salvador dos pobres, que ele anuncia.
A mãe fiel que permanece ao lado de seu Filho perseguido, condenado e morto na
cruz. A Testemunha de Cristo Ressuscitado, que recebe junto aos discípulos o
Espírito que acompanhará sempre a Igreja de Jesus.
Lucas, por sua vez, nos convida a
fazer nosso o cântico de Maria, para deixarmos conduzir pelo seu espírito até
Jesus, pois no "Magnificat" resplandece mais ainda a fé de Maria e
sua identificação materna com seu Filho Jesus.
Maria começa proclamando a
grandeza de Deus: "Meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque
ele olhou a pequenez de sua serva". Maria é feliz porque Deus tocou em sua
pequenez. Assim é Deus com os pequenos. Maria canta com a mesma alegria que
Jesus abençoa o Pai, porque ele fica oculto para os "sábios e prudentes"
e se revela "aos simples". A fé de Maria no Deus dos pequenos nos faz
sintonizar com Jesus.
Maria proclama o Deus "Todo
Poderoso", porque "a sua misericórdia chega aos fiéis de geração em
geração". Deus coloca o Seu poder ao serviço da compaixão. Sua
misericórdia abrange todas as gerações. Jesus prega a mesma coisa: Deus é
misericordioso para com todos. Então, ele disse aos seus discípulos de todos os
tempos: "Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso".
Desde seu coração de mãe, Maria percebe como nenhuma outra pessoa a ternura de
Deus Pai e Mãe, e nos introduz ao núcleo central da mensagem de Jesus: Deus é
amor compassivo.
Maria proclama também o Deus dos
pobres, porque "tira de seus tronos os poderosos" e deixa-os
impotentes para continuar com sua opressão; pelo contrário, "exalta os
humildes" para que recuperam sua dignidade. Clama aos ricos o que é
roubado dos pobres e "os despede de mãos vazias". E aos famintos,
"ele os enche de bens" para desfrutar de uma vida mais humana. Jesus
clama o mesmo: "os últimos serão os primeiros". Maria leva-nos a
aceitar a Boa Nova de Jesus: Deus é dos pobres.
Maria nos ensina, melhor que
ninguém, a seguir Jesus não, anunciando o Deus de compaixão, trabalhando para
um mundo mais fraterno, confiando no Pai dos pequenos.
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