Só o Espírito de Jesus pode colocar mais verdade no
cristianismo atual. O Papa Francisco procura para a Igreja de hoje
“evangelizadores com Espírito que se
abram sem medo à sua ação e encontrem nesse Espírito Santo de Jesus “a força
para anunciar a verdade do Evangelho com audácia.
A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de
Jesus Cristo segundo João 1, 29-34 que corresponde ao Segundo Domingo do Tempo
Comum, ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta
o texto.
As primeiras comunidades cristãs preocuparam-se em
diferenciar bem o batismo de João, que submergia as pessoas nas águas do
Jordão, e o batismo de Jesus, que comunicava o Seu Espírito para limpar,
renovar e transformar o coração dos Seus seguidores. Sem esse Espírito de
Jesus, a Igreja se apaga e se extingue.
Só o Espírito de Jesus pode colocar mais verdade no
cristianismo atual. Só o Seu Espírito pode levar-nos a recuperar a nossa
verdadeira identidade, abandonando caminhos que nos desviam uma e outra vez do
Evangelho. Só esse Espírito pode nos dar luz e força para empreender a
renovação que necessita hoje a Igreja.
O Papa Francisco sabe muito bem que o maior obstáculo para
colocar em marcha uma nova etapa evangelizadora é a mediocridade espiritual.
Ele o diz de forma categórica. Deseja alentar com todas as suas forças uma
etapa “mais ardente, alegre, generosa, audaz, cheia de amor até ao fim, e de
vida contagiosa”. Mas tudo será insuficiente, “se não arde nos corações o fogo
do Espírito”.
Por isso procura para a Igreja de hoje “evangelizadores com
Espírito” que se abram sem medo à sua ação e encontrem nesse Espírito Santo de
Jesus “a força para anunciar a verdade do Evangelho com audácia, em voz alta e
em todos os tempos e lugares, mesmo contra a corrente”.
A renovação que o Papa quer impulsionar no cristianismo
atual não é possível “quando a falta de uma espiritualidade profunda se traduz
em pessimismo, fatalismo e desconfiança”, ou quando nos leva a pensar que “nada
pode mudar” e portanto “é inútil esforçar-se”, ou quando baixamos os braços
definitivamente, “dominados por um descontentamento crônico ou por uma acidez
que seca a alma”.
Francisco adverte-nos que “por vezes perdemos o entusiasmo
ao esquecer que o Evangelho responde às necessidades mais profundas das
pessoas”. No entanto não é assim. O Papa expressa com força a sua convicção:
“não é o mesmo ter conhecido Jesus que não conhecê-Lo, não é o mesmo caminhar
com Ele que caminhar às cegas, não é o mesmo poder escutá-Lo que ignorar a Sua
Palavra... não é o mesmo tratar de construir o mundo com o Seu Evangelho que
fazê-lo sozinho com a própria razão”.
Tudo isto temos de descobrir por experiência pessoal em
Jesus. Do contrário, a quem não o descobre, “depressa lhe falta força e paixão;
e uma pessoa que não está convencida, entusiasmada, segura, apaixonada, não
convence ninguém”. Não estará aqui um dos principais obstáculos para
impulsionar a renovação desejada pelo Papa Francisco?
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