"Acredito que 'Tudo posso Naquele que me fortalece'.
Então é isso que eu sinto. Me agarrar a Deus e bola para frente. Sorrir e
pronto!"
Maquiada e com um alegre sorriso no rosto. É assim que
Rosângela Alves de Almeida Mativi, 44 anos, que descobriu em outubro do ano
passado que tinha câncer de mama, recebe suas visitas.
“O importante sou eu, eu estar bem, se estou bem minha vida
vai ser assim. Sou muito brincalhona, sou muito de dar risada, não deixo a
peteca cair e não vai ser agora que vou ficar para baixo, desanimada, não! Não
posso! Tenho que ter ânimo para continuar a caminhada”, disse a contente
administradora.
Há três meses Rosângela encontrou um nódulo na mama direita
ao realizar o autoexame, isto fez com que ela descobrisse a doença no início.
“A vida é tão corrida que não tinha dado tempo para fazer o
autoexame antes, mesmo fazendo parte da Rede Feminina de Combate ao câncer há
mais de sete anos. Depois fui ao médico e foi confirmado que era um nódulo. Não
me assustei muito porque trabalho há 25 anos na área da saúde e já vi muita
coisa feia”, contou a administradora que sonha em passar logo em um concurso.
Era necessário fazer uma cirurgia para tirar o nódulo,
“antes de eu sair para a cirurgia eu coloquei uma música e ouvi que ‘Deus cuida
de mim’, e naquela noite Ele cuidou, pois tive uma hemorragia interna no meu
peito esquerdo, que não tinha nada a ver com o direito, e o médico se sentiu
incomodado, foi para o hospital e eu voltei para a sala de cirurgia”, lembrou
Rosângela Mativi.
Rosângela com a prima, "dizem que nasce enrolado, então
é assim que vai ficar" - Foto: arquivo pessoal O câncer maligno foi
retirado e a primeira seção de quimioterapia a abateu, porém percebeu que o
momento que estava vivendo era uma oportunidade.
“Deus deu este tempo para eu refletir sobre a minha vida. Eu
não tinha dimensão do amor que a minha família tinha por mim, estou muito
amparada, para mim é tudo hoje. Então isto foi muito bom, tirando os maus, isto
foi muito bom por esse motivo, não tenho do que reclamar”, contou Rô, como
gosta de ser chamada.
A vida era corrida para perceber os pequenos detalhes e ter
tempo para ler um livro, dar mais atenção às filhas e o marido, receber
parentes e amigos que há muito não via. “Foi para edificação da família, fazer
a gente se achegar mais um ao outro. Antes eu ficava até 60 dias sem ver minhas
primas, hoje elas vêm tomar café da manhã comigo, me tiram da cama. Para mim
isto é importante, para o meu tratamento isto é fundamental”.
Ela conseguiu reverteu uma situação que poderia trazer
desânimo para fazer novos projetos de vida. Quer passar em um concurso e está
fazendo mais exercícios físicos, está vivendo um momento dela e enfatiza que
não tem motivos para reclamar.
“Alguns tratamentos chegam a cinco anos e eu não vou
precisar, o meu é de 8 meses, porque que eu vou chorar? Porque eu vou ficar
triste? Não vou!”, disse.
“Não tenho problema
com isso fui lá e falei, ‘máquina trabalha’. Eu tirei e acho que fiquei bem.
Agora pouco eu falei para a minha filha, ‘ah, mas que penteado que eu faço no
meu cabelo, para tirar a foto?’, daí ela falou ‘mãe, faz aquele de ladinho’
(risos). Não tenho problema com isso, vou sair na rua se precisar, não deixo as
pessoas me olharem com um ar de piedade. Acho que não é por aí. A gente tem que
ser otimista”.
Rosângela confessa que existem momentos que se sente
impotente diante do câncer, por conta de tantos remédios e procedimentos pelos
quais tem que passar, mas ressalta a importância do otimismo para encarar o
problema.
“Para as pessoas que reclamam da vida, elas têm que começar
a se amar mais. Então não adianta reclamar da vida, porque a gente vai
envelhecendo, perdendo as pessoas que a gente gosta, mas a vida é importante.
Então não tem o que reclamar da vida e tem que se amar acima de tudo... Isto
que eu estou aprendendo, a me amar. Porque se amando, a gente consegue vencer
qualquer barreira”, finaliza.
Fonte: www.douradosnews.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário