Com véus pretos cobrindo os rostos em sinal de luto pelo
assassinado de Eliza Samudio, cerca de dez mulheres fazem protesto na frente do
Fórum Pedro Aleixo, em Contagem, onde o ex-policial civil Marcos Aparecido dos
Santos, o Bola, será julgado pelo assassinato da modelo. As manifestantes da
União Brasileira de Mulheres também carregam cartazes com frases de repúdio à
violência contra a mulher.
A deputada federal Jô Moraes (PCdoB), que é presidente da
Comissão de Violência contra a Mulher, também participa do protesto e explica
que o medo das mulheres de uma possível absolvição do réu foi o que motivou o
movimento nesta segunda-feira. “Será extremamente perigoso se ele for
absolvido, mas tenho confiança na condenação, pois acredito na Justiça”
Ela afirma que esse julgamento é um importante marco na luta
contra a violência à mulher. “Estamos acompanhando desde o primeiro dia do
julgamento desse crime, pois o assassinato de Eliza é emblemático pela luta
contra a violência à mulher. O caso assusta pela brutalidade e pelo motivo
fútil pelo qual foi cometido”, afirma.
Jô Moraes afirma que a Comissão de Violência contra a Mulher
percorreu o Brasil em vários estados e viu a precariedade em coibir a
violência. Segundo ela, a estrutura de delegacias, promotorias e abrigos é
péssima. “Mudar isso é o maior desafio”, diz.
Os cartazes levados pelas mulheres no protesto trazem frases
como “A maior autoridade do país é uma mulher. Justiça Já” e “Cadeia aos
assassinos de mulheres”.
A empresária Deysi Maria Roldão, de 50 anos, participou do
protesto e pediu justiça: “Queremos a pena máxima. É o mínimo que podemos
esperar. Qualquer mulher tem medo do Bola”, afirma. Maria das Dores Teixeira,
de 63 anos, que também estava na manifestação lembra a importância de se
protestar. “Gosto de participar porque tenho uma filha e a violência esta cada
vez maior. Temos que ir para a rua protestar, pois as coisas só acontecem se a
gente for atrás. O Bola e essa turma não tiveram nenhuma piedade, queremos a
condenação de todos”, frisa.
Fonte: Estado de Minas
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