Durante mais de uma década, o maníaco cometeu crimes na capital mineira até se reconhecido, em 28 de março de 2012, por uma vítima, no bairro Anchieta, zona sul da cidade, região onde ele praticava os estupros.
O ex-bancário Pedro Meyer Ferreira Guimarães, 56, acusado de
violentar 16 mulheres, em Belo Horizonte, foi beneficiado por um pedido de
habeas corpus expedido 5ª Câmara Criminal do TJ-MG (Tribunal de Justiça de
Minas Gerais). A decisão, do dia 10 de abril, causou espanto das autoridades
policiais que participaram das investigações, que terminaram com o indiciamento
do homem conhecido como "Maníaco do Anchieta".
A delegada Margaret de Freitas Assis Rocha, chefe da Deam
(Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher), que comandou as apurações,
desabafou: "Quarenta e cinco dias de trabalhos sem parar e ver depois de
um ano que não teve resultado nenhum".
Meyer estava detido no presídio Inspetor José Martinho
Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte, desde 30 de março de
2012. Contra ele, foram concluídos 11 inquéritos, no entanto, 10 acusações
prescreveram porque são crimes da década de 1990 e, por isso, acabaram
arquivadas quando enviadas à Justiça.
Durante mais de uma década, o maníaco cometeu crimes na
capital mineira até se reconhecido, em 28 de março de 2012, por uma vítima, no
bairro Anchieta, zona sul da cidade, região onde ele praticava os estupros.
De acordo com a assessoria de imprensa da Justiça mineira, a
soltura de Meyer ocorreu por causa de uma demora do IML (Instituto Médico
Legal) em emitir o laudo de insanidade mental, solicitado pela defesa do
acusado, no ano passado.
A Polícia Civil, responsável pelo instituto, ainda não se
manifestou. A demora do exame fez com que o prazo na fase de instrução do
processo fosse extrapolado, o que pesou na decisão dos desembargadores da 5°
Câmara. Por unanimidade, os magistrados optaram pela liberdade do maníaco.
O advogado de Meyer, Lucas Laire Faria Almeida, informou que
o cliente está em casa aguardando o andamento do caso, que retornará na fase de
instrução e julgamento. O TJ-MG não divulga detalhes das próximas etapas dos
processos porque todos correm em segredo de Justiça.
Delegadas
De férias, a delegada disse que recebeu a notícia da
liberdade Meyer por meio da imprensa e ficou perplexa.
No seu perfil, em uma rede social, ela registrou seu
protesto. "A Polícia Civil, DEAM , trabalhou 45 dias dias, nos casos do
Pedro Meyer. Todos inquéritos foram encaminhados à Justiça. Houve uma força
tarefa dentro da DEAM, para conclusão imediata dos casos. A prova existente
depois de 15 anos era robusta. Os casos seguiram para a Justiça e depois de um
ano vejo que meu trabalho e [o] da Polícia Civil de nada valeram",
escreveu a delegada Margaret de Freitas Assis Rocha.
A irmã de Margaret Rocha, também delegada Elizabeth Freitas
Assis Rocha, manifestou apoio. "Muito bem , minha irmã, realmente foram 45
dias de muito trabalho e depois tem gente querendo investigar! Eles não
conseguiram nem fazer o trabalho deles, ou seja, concluir o processo a tempo e
tiveram que colocar o indivíduo na rua."
O Sondepominas (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado
de Minas Gerais) informou que se indignou com essa situação de soltura do
preso. Sem dar detalhes, o sindicato disse que está tomando providências para
que o desabafo das delegadas não seja em vão.
Confusões nas
investigações
Na década de 1990, na caçada ao estuprador que fez vítimas
na capital mineira, a Polícia Civil acabou prendendo dois homens parecidos com
Meyer.
O rosto marcante do maníaco, com características fortes –
como sobrancelhas grossas e bigode, foram informadas por muitas das mulheres
abusadas e a polícia prendeu o porteiro Paulo Antônio da Silva e o artista
plástico Eugênio Fiuza.
Em 2012, com a prisão de Meyer, o primeiro conseguiu decisão
favorável do TJ-MG para extinguir o processo contra ele após cinco anos de
prisão. O segundo cumpre pena de mais de 30 anos em prisão domiciliar e ainda
tenta provar que foi apenas confundido com o ex-bancário.
Fonte: uol
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