Prostituição acontece à luz do dia na Praça da Matriz e ruas
adjacentes do Centro.
Cerca de 50 mulheres atuam no local diariamente e chegam a
cobrar R$ 50 pelos programas. Estivadores, industriários, motoristas e até
turistas estrangeiros estão entre os clientes.
Pelo menos 50 mulheres, com idade entre 20 e 50 anos,
transformaram a praça da Catedral Metropolitana de Manaus, conhecida como Praça
da Matriz, e ruas adjacentes, no Centro, em pontos de prostituição.
Estivadores, industriários, motoristas e até turistas
estrangeiros estão entre os clientes que acessam os serviços, que começam a
partir das 8h.
Com o preço dos programas variando entre R$ 20 e R$ 50 a
hora, dependendo da idade da prostituta, elas afirmam que chegam a tirar até R$
4 mil por mês, trabalhando dez horas por dia.
Na última quarta-feira, o Portal D24AM esteve no local e
constatou que a movimentação e rotatividade de prostitutas e clientes é grande
na Praça da Matriz.
Elas contam que decidiram migrar para essa profissão depois
que tiveram algumas decepções na vida como separação, perda de um emprego e
mudança de cidade. Muitas admitem que viram na prostituição uma forma de ganhar
dinheiro acima do que o mercado de trabalho estava disposto a pagar.
Michele*, 41, que está há dois anos e seis meses nas ruas,
contou que ninguém da sua casa sabe que ela trabalha como prostituta. Ela
contou que se arranjasse outro trabalho não conseguiria sustentar sua família.
“Tenho três filhos (21,18 e 11 anos) e eles não sabem dessa
minha vida. Antes, trabalhava como auxiliar de qualidade em uma empresa e
ganhava R$ 1,1 mil. Hoje tiro em média R$ 4 mil por mês. O meu programa custa a
partir de R$ 40, mas depende. Atendo de oito a 11 clientes por dia ”, contou,
ressaltando que toma todos os cuidados preventivos para evitar as Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e aids, além de fazer exames de seis em seis
meses.
Shirley*, 48, contou que está na prostituição desde 2007,
quando chegou a Manaus vinda do Ceará e não conseguiu arrumar um emprego.
Ela informou que tira apenas R$ 700 por mês. “Tenho apenas
um filho e para mim esse dinheiro dá. Mas não fico direto nessa vida não, tem
tempo que enjoo e vou trabalhar como diarista em casas de família ”.
Mayara*, 23, é mãe de quatro filhos, sendo que o mais novo
tem apenas 4 meses. Ela disse que decidiu virar garota de programa depois que
se separou, há dois anos e meio.
“A minha família toda sabe. Mas não vou com qualquer um. Tem
uns que não dá”, disse ao informar que chega a tirar R$ 4 mil e com o dinheiro
dos programas já comprou um terreno e está construindo a casa dela.
O estivador Francisco das Chagas, 36, é cliente assíduo das
prostitutas da Praça da Matriz. Ele contou que pelo menos uma vez na semana
utiliza os serviços das ‘mulheres’.
“Já gastei R$ 400 em um dia com essas prostitutas. As que
são idosas cobram R$ 20, mas a maioria é R$ 40, R$ 50”, disse.
Igreja
O movimento de prostitutas na praça já chamou a atenção da
igreja. O padre José Albuquerque, pároco da Catedral, disse que percebe o
movimento das prostitutas na área externa da igreja, mas afirmou que não se
pode tomar nenhuma providência.
“A praça é um lugar público. Isso é apenas um retrato da
cidade grande que reflete o desemprego, a falta de moral e ética da família”,
disse.
Segundo ele, a Igreja faz o seu papel de evangelizar. “As
olhamos com muita compaixão, falamos a palavra de Deus, mas é claro que a gente
não aceita esse estilo de vida”.
O padre afirmou que apesar da prostituição, o local não é um
ponto de tráfico de drogas. “Acredito que ponto de drogas não é. Tem guarda
municipal no local”, disse.
* Os nomes são os que elas utilizam como prostitutas.
Fonte: Portal D24AM
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