Centenas de milhares de
refugiados tentam escapar da guerra e da morte na Síria, encontrando-se com
muros, fronteiras e incompreensão por parte de quase todo o mundo civilizado.
Frente a isto, o Papa Francisco decidiu que, nesta Quinta-Feira Santa, lavará os
pés de 12 homens, mulheres e crianças refugiadas que vivem em um centro de
acolhida de Roma. Há três anos, em sua primeira Quinta-Feira Santa no trono de
Pedro, Francisco havia surpreendido o mundo ao converter-se no primeiro
Pontífice que realizava este ritual em uma prisão na periferia desta capital,
lavando os pés de jovens e mulheres, inclusive muçulmanas, do presídio de
menores de Casal di Marmo.
Sendo arcebispo de Buenos Aires,
desde 1998 até o início de 2013, Jorge Bergoglio sempre ia às prisões,
hospitais, favelas, para esse rito da Semana Santa, que evoca o momento em que
Jesus lavou os pés dos apóstolos durante a última cena. Na Quinta-Feira Santa
do ano passado, Francisco esteve em um centro de anciãos e, no ano anterior, no
presídio romano de Rebibbia.
Desta forma informou o site
vaticano El Sismógrafo, que não confirmou o lugar no qual será realizada a
cerimônia, e recordou que, em seus primeiros três anos como pontífice,
Francisco já lavou os pés de presos e anciãos, mas que, agora, quer fazer
"um gesto” em meio à crise migratória que vive a Europa.
Nessa linha, no começo do mês, o
Papa celebrou "o sinal da paz”, que supõe a iniciativa desenvolvida pelo
governo italiano e as associações humanitárias Comunidade de Sant´Egidio,
Federação de Igrejas Evangélicas da Itália (FCEI) e Tavola Valdesa de
corredores humanitários, que prevê trazer 1.000 refugiados sírios à Itália nos
próximos dois anos.
"Como sinal concreto de
compromisso pela paz, quis citar a iniciativa do corredor humanitário para prófugos,
colocado em andamento recentemente na Itália", assinalou o pontífice
durante o Ângelus do domingo, 06 de março.
No fim de janeiro, Francisco
dispôs que também as mulheres poderão participar do rito do lava pés da
Quinta-Feira Santa, ao mudar a normativa do Missal Romano.
Para produzir a mudança, o Sumo
Pontífice determinou que a norma da Santa Sé, que diz "os homens
escolhidos são acompanhados pelos ministros” passaram a ser depois "os
escolhidos entre o povo de Deus são acompanhados pelos ministros”.
Desta maneira, se amplia a
participação no rito, depois de uma recomendação do Papa Francisco aos
cardeais, em 20 de dezembro de 2014.
Assim, a nova normativa que muda
o Missal Romano faz com que os pastores possam escolher "um pequeno grupo
de fiéis que representam a diversidade e a unidade de todas as partes do povo
de Deus”.
"Este grupo pode consistir
em homens e mulheres, e convenientemente para jovens e idosos, sãos e enfermos,
clero, religioso, leigos”, acrescenta o decreto sobre o "Lava pés”, que
leva a assinatura do cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto
Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
Fonte: RD/Agências
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