terça-feira, 22 de março de 2016

Atentado terrorista em Bruxelas: brasileiras relatam momentos de tensão

A brasileira Gizella Heymann, em entrevista à BandNews FM, disse que esteve muito próxima da estação Malbec, onde ocorreu um dos atentados desta manhã em Bruxelas, na Bélgica. Mais de 25 pessoas morreram nos ataques no metrô e no aeroporto internacional.


"A circulação dos trens parou e todos foram obrigados a deixar o metrô, duas paradas antes do local da explosão. Fora da estação o clima era de confusão. As pessoas não sabiam se ficavam no local ou se voltavam para casa a pé", disse.
 E foi a pé que Gizella teve que fazer o restante do caminho até o Parlamento Europeu, onde participaria de um evento.
 O encontro foi suspenso e, por telefone, Gizella relatou que ninguém podia deixar o local.


 Uma jornalista brasileira também contou sobre momentos de desespero no país.

A jornalista brasileira Samla da Rosa, que vive em Bruxelas, sentiu a explosão, na carruagem de metro atrás daquela em que seguia. Este é o seu testemunho, publicado há pouco no Facebook

Hoje vivi um momento daqueles que tentamos entender... mas é muito difícil. Eu estava no trem do metrô que sofreu o atentado. Ia de casa ao centro de Bruxelas.

O trem já havia dado partida da estação Maalbec. Tudo se passou muito rápido. A explosão foi surda e só nos demos conta de que estávamos no meio de um atentado quando os vidros das janelas caíram sobre nossas cabeças e vimos fogo do lado de fora do trem, além de vermos trilhos destruídos. Alguns gritaram de pânico, "é um atentado terrorista". Eu e as pessoas sentadas à minha frente nos deitamos no chão e nos abraçamos. Tínhamos medo de outra explosão e estávamos certos que íamos morrer.
Alguém reagiu e gritou que tínhamos que sair dali porque íamos morrer sufocados pela fumaça. Pouco a pouco começamos a pular a janela do trem, protegendo o nariz para não respirar aquele ar sufocante. As portas estavam bloqueadas. Quando saí, dei-me conta de que havia muitos feridos, os outros vagões de trás do nosso estavam destruídos... a esta altura, a fumaça já havia tomado tudo.

Dizia que havia evacuado seu trem e ia começar a guiar as pessoas para fora da estação. Ele começou a abanar sua pequena lanterna para mostrar o caminho. Não conseguíamos ver nada, porque a fumaça era muito forte. Alguns degraus da escada rolante faltavam por causa da explosão e a gente tentava encontrar a saída.

A solidariedade nesta hora é imensa. Um abraça o outro. Eu agarrei uma moça que estava queimada no rosto e chorava muito. Ela não conseguia sair do lugar. Eu amparei-a e falei: vamos sair, não vamos morrer. Deixei-a nas mãos dos paramédicos, ao lado de fora, e espero que ela um dia consiga ter uma vida normal.

Finalmente estávamos todos lá, na calçada. A polícia começou a chegar e logo fomos cercados por ambulâncias. Muitos feridos, gente queimada e um braço solto na calçada que jamais esquecerei.



Fernanda Bengtson mora há 20 anos na Bélgica e dá detalhes sobre os ataques de hoje

A vendedora Fernanda Bengtson, 42 anos, mora e trabalha na cidade de Waterloo a 30 km de Bruxelas. Ela relata que o clima é de alerta em todo o país. As estradas para Bruxelas estão fechadas e a polícia local procura por duas pessoas que teriam participado dos atentados.

R7: Há quanto tempo você mora na Bélgica?

Fernanda: Há 20 anos

R7: Havia uma preocupação no país sobre o risco de atentados?

Fernanda: A segurança sempre foi reforçada e existia sim uma preocupações sobre um possível atentado. Eu acho que já tinha algum plano pronto de ataque que deve ter sido adiantado por conta da prisão de um importante terrorista há alguns dias. Oficialmente, o governo belga diz que não tem relação entre a prisão e os atentados, mas eu acredito que tem sim.

R7: Qual a reação das pessoas na Bélgica?

Fernanda: Estão muito assustadas. Aqui em Waterloo o comércio não fechou, mas as ruas estão vazias. No shopping onde trabalho as lojas estão abertas mas não tem ninguém.

R7: E em Bruxelas?

Fernanda: Lá a situação é alarmante. Muitos feridos e as pessoas também estão assustadas tentando entender o que aconteceu. O local da explosão é bem no centro, por onde passam muitos turistas.

R7: Dá para ir até Bruxelas?

Fernanda: Não. As estradas estão fechadas. Ninguém entra ou sai da cidade. O país está em estado de alerta máximo. Acabei de ouvir no rádio que encontraram um pacote com explosivos que não foram detonados no aeroporto e um cinto de explosivos.

R7: Então poderia ter sido bem maior o número de vítimas fatais?

Fernanda: Sim,  era para ter mais explosões. Parece que a polícia entrou no aeroporto com armas pesadas e atiraram em alguns  terroristas antes que eles pudessem detonar mais explosivos. Se não fosse isso, teria morrido muito mais gente.

Fontes: Band News, Diário de Noticias e R7 Record

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