A brasileira Gizella Heymann, em
entrevista à BandNews FM, disse que esteve muito próxima da estação Malbec,
onde ocorreu um dos atentados desta manhã em Bruxelas, na Bélgica. Mais de 25
pessoas morreram nos ataques no metrô e no aeroporto internacional.
"A circulação dos trens
parou e todos foram obrigados a deixar o metrô, duas paradas antes do local da
explosão. Fora da estação o clima era de confusão. As pessoas não sabiam se
ficavam no local ou se voltavam para casa a pé", disse.
E foi a pé que Gizella teve que fazer o
restante do caminho até o Parlamento Europeu, onde participaria de um evento.
O encontro foi suspenso e, por telefone,
Gizella relatou que ninguém podia deixar o local.
Uma jornalista brasileira também
contou sobre momentos de desespero no país.
A jornalista brasileira Samla da
Rosa, que vive em Bruxelas, sentiu a explosão, na carruagem de metro atrás
daquela em que seguia. Este é o seu testemunho, publicado há pouco no Facebook
Hoje vivi um momento daqueles que
tentamos entender... mas é muito difícil. Eu estava no trem do metrô que sofreu
o atentado. Ia de casa ao centro de Bruxelas.
O trem já havia dado partida da
estação Maalbec. Tudo se passou muito rápido. A explosão foi surda e só nos
demos conta de que estávamos no meio de um atentado quando os vidros das
janelas caíram sobre nossas cabeças e vimos fogo do lado de fora do trem, além
de vermos trilhos destruídos. Alguns gritaram de pânico, "é um atentado terrorista".
Eu e as pessoas sentadas à minha frente nos deitamos no chão e nos abraçamos.
Tínhamos medo de outra explosão e estávamos certos que íamos morrer.
Alguém reagiu e gritou que
tínhamos que sair dali porque íamos morrer sufocados pela fumaça. Pouco a pouco
começamos a pular a janela do trem, protegendo o nariz para não respirar aquele
ar sufocante. As portas estavam bloqueadas. Quando saí, dei-me conta de que
havia muitos feridos, os outros vagões de trás do nosso estavam destruídos... a
esta altura, a fumaça já havia tomado tudo.
Dizia que havia evacuado seu trem
e ia começar a guiar as pessoas para fora da estação. Ele começou a abanar sua
pequena lanterna para mostrar o caminho. Não conseguíamos ver nada, porque a
fumaça era muito forte. Alguns degraus da escada rolante faltavam por causa da
explosão e a gente tentava encontrar a saída.
A solidariedade nesta hora é
imensa. Um abraça o outro. Eu agarrei uma moça que estava queimada no rosto e
chorava muito. Ela não conseguia sair do lugar. Eu amparei-a e falei: vamos
sair, não vamos morrer. Deixei-a nas mãos dos paramédicos, ao lado de fora, e
espero que ela um dia consiga ter uma vida normal.
Finalmente estávamos todos lá, na
calçada. A polícia começou a chegar e logo fomos cercados por ambulâncias.
Muitos feridos, gente queimada e um braço solto na calçada que jamais
esquecerei.
Fernanda Bengtson mora há 20 anos na Bélgica e dá detalhes sobre os
ataques de hoje
A vendedora Fernanda Bengtson, 42
anos, mora e trabalha na cidade de Waterloo a 30 km de Bruxelas. Ela relata que
o clima é de alerta em todo o país. As estradas para Bruxelas estão fechadas e
a polícia local procura por duas pessoas que teriam participado dos atentados.
R7: Há quanto tempo você mora na
Bélgica?
Fernanda: Há 20 anos
R7: Havia uma preocupação no país
sobre o risco de atentados?
Fernanda: A segurança sempre foi
reforçada e existia sim uma preocupações sobre um possível atentado. Eu acho que
já tinha algum plano pronto de ataque que deve ter sido adiantado por conta da
prisão de um importante terrorista há alguns dias. Oficialmente, o governo
belga diz que não tem relação entre a prisão e os atentados, mas eu acredito
que tem sim.
R7: Qual a reação das pessoas na
Bélgica?
Fernanda: Estão muito assustadas.
Aqui em Waterloo o comércio não fechou, mas as ruas estão vazias. No shopping
onde trabalho as lojas estão abertas mas não tem ninguém.
R7: E em Bruxelas?
Fernanda: Lá a situação é alarmante.
Muitos feridos e as pessoas também estão assustadas tentando entender o que
aconteceu. O local da explosão é bem no centro, por onde passam muitos
turistas.
R7: Dá para ir até Bruxelas?
Fernanda: Não. As estradas estão
fechadas. Ninguém entra ou sai da cidade. O país está em estado de alerta
máximo. Acabei de ouvir no rádio que encontraram um pacote com explosivos que
não foram detonados no aeroporto e um cinto de explosivos.
R7: Então poderia ter sido bem
maior o número de vítimas fatais?
Fernanda: Sim, era para ter mais explosões. Parece que a
polícia entrou no aeroporto com armas pesadas e atiraram em alguns terroristas antes que eles pudessem detonar
mais explosivos. Se não fosse isso, teria morrido muito mais gente.
Fontes: Band News, Diário de
Noticias e R7 Record
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