quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Mineira com nome em lista de prostitutas recebeu mais de 800 mensagens

Lista falsa circula por grupos de WhatsApp e Facebook com cerca de 300 nomes de mulheres de 13 Estados; Polícia Federal investiga o caso e já identificou um suspeito
“Depois que isso aconteceu, tenho crises de choro. Minha vida está perturbada”. O depoimento é de uma mulher de 34 anos que teve o nome e número de telefone divulgados em uma lista falsa de prostitutas que circula em todo o Brasil pelo Facebook e pelo WhatsApp. A moradora de uma cidade da região metropolitana de Belo Horizonte descobriu no fim de agosto que foi vítima do crime. Ela pediu para não ter a identidade revelada.


A corretora de seguros contou à reportagem de O TEMPO que estava em casa quando começou a receber as primeiras mensagens. Nelas, os usuários pediam que ela enviasse fotos e faziam propostas sexuais.

“A princípio, fiquei sem entender, mas, depois, um dos homens que mandou as mensagens me contou que o meu nome e número estavam nessa lista. Fiquei louca e comecei a chorar”, contou a mulher.

Desde o dia 30 de agosto, a mulher sofre com o crime. A vítima calcula que tenha recebido mais de 800 mensagens até a última semana, quando resolveu sair do WhatsApp.

“Recebi propostas com prefixos de vários Estados. Cheguei a responder muitas delas escrevendo que não era prostituta e não sabia como meu número tinha caído nessa lista. Alguns homens pediram desculpas”, explicou.

Mesmo saindo do aplicativo, a dona de casa ainda recebe algumas mensagens de texto e até ligações. Ela mora sozinha e diz que não pode deixar o celular desligado. “Preciso manter contato com minha família e amigos. O aparelho tem que ficar ligado, mas ele não para de tocar e as ligações me perturbam a noite inteira”, desabafou.

A vítima esteve na Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos de Belo Horizonte e foi  informada de que deve procurar o Juizado Especial, localizado na rua Padre Rolim, 424, no bairro Santa Efigênia, e entrar com uma ação por danos morais.

“Após a vítima entrar com o pedido, o juiz estipula um prazo para o Facebook, que é responsável pelo WhatsApp, responder à ação. Em seguida, a polícia abre inquérito para investigar o caso”, explicou a delegada Paloma Boson.

“Tenho medo que alguém descubra o meu endereço, de ser apontada na rua pelas pessoas. Não sou prostituta. É muito triste ter a moral abalada. Quero que o responsável pague por tudo isso”, finalizou a vítima.
Fonte: O Tempo


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