Lista falsa circula por grupos de WhatsApp e Facebook com
cerca de 300 nomes de mulheres de 13 Estados; Polícia Federal investiga o caso
e já identificou um suspeito
“Depois que isso aconteceu, tenho crises de choro. Minha
vida está perturbada”. O depoimento é de uma mulher de 34 anos que teve o nome
e número de telefone divulgados em uma lista falsa de prostitutas que circula
em todo o Brasil pelo Facebook e pelo WhatsApp. A moradora de uma cidade da
região metropolitana de Belo Horizonte descobriu no fim de agosto que foi
vítima do crime. Ela pediu para não ter a identidade revelada.
A corretora de seguros contou à reportagem de O TEMPO que
estava em casa quando começou a receber as primeiras mensagens. Nelas, os
usuários pediam que ela enviasse fotos e faziam propostas sexuais.
“A princípio, fiquei sem entender, mas, depois, um dos
homens que mandou as mensagens me contou que o meu nome e número estavam nessa
lista. Fiquei louca e comecei a chorar”, contou a mulher.
Desde o dia 30 de agosto, a mulher sofre com o crime. A
vítima calcula que tenha recebido mais de 800 mensagens até a última semana,
quando resolveu sair do WhatsApp.
“Recebi propostas com prefixos de vários Estados. Cheguei a
responder muitas delas escrevendo que não era prostituta e não sabia como meu
número tinha caído nessa lista. Alguns homens pediram desculpas”, explicou.
Mesmo saindo do aplicativo, a dona de casa ainda recebe
algumas mensagens de texto e até ligações. Ela mora sozinha e diz que não pode
deixar o celular desligado. “Preciso manter contato com minha família e amigos.
O aparelho tem que ficar ligado, mas ele não para de tocar e as ligações me
perturbam a noite inteira”, desabafou.
A vítima esteve na Delegacia Especializada em Crimes
Cibernéticos de Belo Horizonte e foi
informada de que deve procurar o Juizado Especial, localizado na rua
Padre Rolim, 424, no bairro Santa Efigênia, e entrar com uma ação por danos
morais.
“Após a vítima entrar com o pedido, o juiz estipula um prazo
para o Facebook, que é responsável pelo WhatsApp, responder à ação. Em seguida,
a polícia abre inquérito para investigar o caso”, explicou a delegada Paloma
Boson.
“Tenho medo que alguém descubra o meu endereço, de ser
apontada na rua pelas pessoas. Não sou prostituta. É muito triste ter a moral
abalada. Quero que o responsável pague por tudo isso”, finalizou a vítima.
Fonte: O Tempo
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