terça-feira, 9 de setembro de 2014

301 mulheres têm número de celular divulgado em falsa lista virtual de prostituição

Desde a última quarta-feira, circula na internet uma lista com 301 nomes e telefones de mulheres de 12 Estados e do Distrito Federal. No título, elas são definidas como “piranhas”, profissionais do sexo, separadas em normais e de luxo e com preços distintos de programas.

Após a divulgação nas redes sociais, as mensagens e as ligações para elas – pelo menos duas estudantes e uma nutricionista – não param.

Entre elas, oito moram em Brasília. Uma delas, de 19 anos, diz que o telefone chega a travar tantas são as mensagens que chegam no Whatsapp. “Tive que excluir o aplicativo”, conta. “Mesmo assim, mandam mensagem e ligam.” A garota afirma que a lista começou em janeiro e que ela e as outras sete acham que foi um conhecido em comum delas. “Começou como uma brincadeira, as mais bonitas de Brasília e todo lugar, e agora virou isso de prostituição”, reclama.

Após mais de 500 mensagens de Whatsapp e 60 ligações, algumas agressivas – “um morador de Teresina (PI) me ligou, eu neguei que era prostituta e ele ficou enfurecido. Disse que eu o estava enganando”, recorda -, ela e uma amiga, também presente na lista, decidiram ir à polícia. Na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), tentaram registrar um Boletim de Ocorrência, mas os policiais afirmaram que elas precisavam encontrar um site com a lista ou mudar de chip, pois eles não poderiam fazer nada sobre o Whatsapp. “Acho um absurdo eu ter de mudar algo meu, já que a culpa não é minha”, disse a amiga.

A dupla relata que, na Deam, os policiais afirmaram ter cerca de 15 denúncias do mesmo tipo. Embora a Divisão de Comunicação da Polícia Civil (Divicom) não tenha um número exato de ocorrências, informou, por meio de nota, um registro na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul). A denunciante tem 21anos e faz as mesmas reclamações das ouvidas pela reportagem. Segundo a Divicom, “a ocorrência foi devidamente registrada e está em apuração na Seção de Investigação da unidade policial”.


Fonte: Correio Braziliense

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