Nesta passada terça-feira (4), em Paris, na sede do jornal
esportivo L'Équipe, foi lançada a segunda etapa da campanha contra a exploração
sexual de crianças e adolescentes durante a Copa do Mundo no Brasil.
Este é o nome da campanha criada para sensibilizar os
torcedores que irão à Copa 2014, que começa daqui a cem dias. A iniciativa
partiu da filial francesa da associação internacional ECPAT- End Child
Prostitution, Child Pornography and Trafficking of Children for Sexual Purposes
- que reúne mais de 80 associações em 74 países. O desafio é sem ambiguidade:
combater por todos os meios a exploração sexual de crianças - e é aí que os
turistas entram na linha de mira - assim como a pornografia e o tráfico.
Turistas no Mundial
Fonte: www.portugues.rfi.fr
Dois
craques participam, Kaká e Juninho. Em vídeos e spots de rádio, os jogadores
pedem que os torcedores sejam responsáveis e previnem que recorrer à
prostituição infantil é crime no Brasil e pode dar cadeia.
"Não desvie o
olhar".
O diretor de comunicação da ECPAT França, Anko Ordonez,
explica que o objetivo da campanha é sensibilizar os torcedores: "Queremos
lembrá-los que no país a prostituição infantil é crime, eles devem estar
informados e conscientes que este problema existe", ele diz, lembrando
que, segundo a polícia federal brasileira, em 2011 mais de 250 mil crianças se
prostituíam. "É claro que a chegada de milhares de turistas em um contexto
festivo pode ser um grande perigo para os menores, haverá um aumento da demanda
e da oferta", ele reflete.
Para dar o pontapé inicial na prevenção desses abusos (na
França as penas variam de 3 a 7 anos de cadeia), a ECPAT recebeu o apoio da
União Europeia e, no Brasil, do SESI (Serviço Social da Indústria) e do
governo. A companhia aérea Air France colabora através da projeção de vídeos de
prevenção em seus voos com rotas para o Brasil. Agências de turismo, mídias e
outros esportistas também entraram em campo para apoiar a causa.
Estima-se que 600 mil turistas estrangeiros e 3 milhões de turistas
brasileiros devem participar da Copa. Este número pode provocar, de forma
proporcional, o aumento de clientes potenciais para a prostituição.
Tornar visível o invisível, desviar os holofotes dos
gramados para o lado obscuro da grande festa. Este é o desafio de todos os
atores envolvidos na campanha contra a exploração sexual de menores durante o
Mundial no Brasil e em todos os eventos esportivos futuros, inclusive, os Jogos
Olímpicos de 2016.
Vejam abaixo o vídeo de Juninho
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