Nos últimos anos, é notável o crescimento e desenvolvimento
do comércio eletrônico no Brasil. A evolução é tanta que vários produtos e
serviços antes ofertados apenas de maneira física, já encontram espaço no mundo
digital. Um deles é o serviço de acompanhantes, que tem ampliado espaço na
internet, ganhando, inclusive, as redes sociais.
Em Alagoas, pelo menos cinco sites oferecem esse tipo de
serviço que funciona como um mediador para o contato entre o cliente e o
anunciante, seja ele homem, mulher ou travesti. A 'publicidade' no ramo também
já ganhou redes sociais como o facebook, que já conta com diversos perfis onde
os serviços são oferecidos.
No perfil dos anunciantes são expostas fotos e a descrição
das características físicas e preferências sexuais, além do número do telefone
para contato direto com o garoto ou a garota de programa.
No Brasil, a prática da prostituição não é considerada
crime, no entanto, o artigo 227 do Código Penal pune com pena de um a três anos
aquele que “induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem”.
O delegado adjunto da Secretaria de Defesa Social (Seds),
Maurício Duarte, confirma que geralmente os sites de acompanhantes alegam serem
apenas administradores, sem vínculo com nenhum dos anunciantes.
O mercado de anúncios online de acompanhantes e garotas de
programa já se consolidou e parece ter substituído de vez os antigos anúncios
desse tipo que vinham nos classificados de jornal.
Ampliação da oferta
Uma das garotas que conversou com a equipe do TNH1, reclama
da quantidade de sites que fazem esses anúncios “O movimento caiu muito, porque
agora tem várias garotas e em muitos sites, às vezes elas não são fidedignas
com o que mostram nas fotos ou com o que informam na descrição”, disse a moça
que preferiu não se identificar.
Por outro lado, Samantha Castro de 26 anos e que atua há 6
anos no ramo, diz que as condições de trabalho hoje são muito melhores do que
na época em que ela decidiu ser garota de programa. “Até a nomenclatura mudou,
hoje, sou acompanhante de luxo. Faturo, por mês, de 10 a 12 mil reais”. Uma
hora com Samantha custa a bagatela de 300 reais. .
Ela disse ainda que a internet abriu novos horizontes para a
prostituição. "Agora nós temos abrangência nacional e muitas meninas
viajam para outros lugares, além de que o cliente poder ver a garota por fotos,
e conhecer suas preferências com muito mais segurança e descrição", disse.
Um dos sites diz ter como vantagem para quem deseja
anunciar, um total de mais de 100 mil visualizações por mês e que ainda faz a
divulgação em redes sociais e oferece pacotes com fotos em destaque ou super
destaque.
A equipe do TNH1 tentou entrar em contato com os
administradores de alguns desses sites, mas eles não foram encontrados. .
Projetos de lei querem regulamentar atividade
Há hoje na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei que
regulamenta as atividades do profissional do sexo. O Projeto tem como objetivo
garantir que o exercício da atividade do profissional do sexo seja voluntário e
remunerado, tirando assim esses e essas profissionais de um submundo de
marginalização.
Um dos pontos principais do projeto é também tipificar
exploração sexual diferindo-a do instituto da prostituição, a fim de combater o
crime, principalmente contra crianças e adolescentes.
O Projeto de Lei 4. 211/2012 classifica como profissional do
sexo toda pessoa maior de 18 anos que presta serviços sexuais mediante
remuneração.
A proposta estabelece que esse serviço seja passível de
cobrança de pagamento, mas proíbe a exploração sexual, que seria a apropriação
de mais de 50% do valor auferido com o serviço sexual. O projeto também concede
às prostitutas direito de aposentadoria especial aos 25 anos.
Fonte: www.tnh1.ne10.uol.com.br
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