Mulheres que são contra avaliam a medida como segregadora;
ação é considerada paliativa por vereador que propôs projeto.
Uma discussão quanto a criação de um vagão feminino no metrô
de Belo Horizonte foi realizada na manhã desta quarta-feira (26) na praça da
Estação, no centro da capital, como parte do projeto Câmara Itinerante, que propõe
a realização de audiências públicas fora da Casa Legislativa.
O tema desta vez foi o Projeto de Lei nº 893/13, de autoria
do vereador Léo Burguês (PTdoB), que ainda é avaliado pela Comissão de
Legislação e Justiça. Cerca de 60 pessoas conversaram por cerca de uma hora e
meia sobre o assunto.
De acordo com o Sindicato dos Metroviários e Conexões do
Estado de Minas Gerais (Sindimetro-MG), 45% dos usuários do metrô atualmente
são mulheres. Algumas delas são contra o projeto, que afirmam ser segregador.
“Por ter a proteção em uma vagão, é como se se legitimasse que nos demais possa
acontecer os crimes (estupro e abuso sexual). As mulheres demoraram muito para
conseguir ocupar o espaço público, não podiam votar, nem estudar e nem sair
desacompanhadas, e agora parece começar uma segregação que não resolve mais
aprofunda o problema”, afirmou a usuária Laysa Queiroz.
O parlamentar assume que a medida é paliativa. “Acho
lamentável precisar ter um projeto como esse”, disse. Se o vagão específico
para mulheres virar lei, ele existirá apenas nos horários de pico.
Para a coordenadora municipal dos Direitos da Mulher,
Cláudia Rocha, faltam campanhas de conscientização e educação para os usuários
do transporte coletivo.
O vereador informou que irá marcar uma reunião com a
Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para ver a possibilidade de
instaurar uma portaria para que fosse regulamentado o vagão exclusivo, antes
mesmo da aprovação da lei.
“Vim de burca, porque acho que essa vai ser a única solução
para os nosso problemas”, afirmou a usuária Marylin Geraes, criticando a
questão de a “culpa” para os abusos e agressões serem das roupas que as
mulheres usam.
O que você acha da criação do vagão exclusivo para mulheres?
Opine
Fonte: OTempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário