quinta-feira, 14 de março de 2013

Cardeal Bergoglio, agora Papa Francisco, é contra o tráfico de seres humanos


Durante missas e discursos, o agora papa Francisco criticava duramente a desigualdade social argentina quando era arcebispo de Buenos Aires, capital do país e denunciou repetidamente a exploração humana e o tráfico de seres humanos.Assumiu posições próximas das classes desfavorecidas, lamentando a sorte das «meninas que deixam as bonecas para entrar em tugúrios da prostituição, por terem sido roubadas, vendidas e traídas».



Jorge Mario Bergoglio disse, em uma missa no bairro de Constituición, que na capital argentina “se cuida melhor de um cachorro do que de um irmão” e que a cidade fracassou e segue fracassando no combate à escravidão.
“A escravidão não está abo­­lida nesta cidade [Buenos Ai­res]”, disse o arcebispo a fiéis. “Nesta cidade se explora trabalhadores em oficinas clandestinas e, se são imigrantes, os priva da possibilidade de saírem dali.”. O cardeal Jorge Mario Bergoglio afirmou: “para muitos, nossa cidade é uma exploradora de pessoas, que destroça as vidas, quebre a vontade e tira a liberdade”.
O purpurado disse que há na cidade “escravos que trabalham para estes senhores que têm em suas mãos o tráfico (de pessoas), a prostituição”, e garantiu que estas “verdadeiras máfias” sustentam suas redes “por suborno”.
Fazendo referência à parábola do Bom Samaritano, o cardeal Bergoglio indicou que “nesta cidade se fazem sacrifícios humanos, mata-se a dignidade destes homens e mulheres, destes meninos e meninas submetidos ao tráfico, à escravidão". "Não podemos ficar tranquilos. Esta cidade está cheia de homens e mulheres, de crianças maltratadas pelos caminhos."
As falas polêmicas do agora papa Francisco eram frequentes. Em outra missa, chamou a dívida social do país de “imoral, injusta e ilegítima”. Para ele, a definição de dívida social é a “violação do direito de desenvolver uma vida plena, ativa e digna em um contexto de liberdade, igualdade, oportunidade e progresso social”.
Bergoglio disse que “há de julgar a dívida social como imoral, injusta e ilegítima” devido ao “reconhecimento social que se tem acerca dos gra­­ves danos e consequências sobre a vida, o valor da vida e, portanto, sobre a dignidade humana”.

Ele afirmou que a “maior imoralidade” da dívida social, segundo os bispos argentinos, “ocorre em uma nação que tem condições objetivas para evi­­tar ou corrigir tais danos, mas que lamentavelmente parece lutar para agravar ainda mais a desigualdade. Isso disseram [os bispos do país] em 2004”.
Segundo Francisco, a dívida “está arquivada entre quem tem a responsabilidade moral ou política de tutelar e promover a dignidade das pessoas e seus direitos e aquelas partes da sociedade que têm vulnerado seus direitos”. 

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