sábado, 28 de julho de 2012

Mulheres e meninas devem ser prioridade na prevenção, tratamento e na investigação do HIV/Aids


As mulheres e as meninas têm que ser incorporadas em toda sua diversidade nas respostas ante o HIV/Aids, sem discriminação nem criminalização. Como isso ainda não acontece, insistimos”, disse Mabel Bianco, presidenta da Fundação para Estudo e Investigação da Mulher, ao coordenar a sessão plenária de hoje "Mudando o rumo da transmissão”, na XIX Conferência Mundial de Aids que acontece em Washington.

 A reunião plenária se referiu à situação de maior vulnerabilidade das mulheres e das meninas frente à epidemia e se explicaram as razões pelas quais elas devem ser uma prioridade na investigação, no cuidado e no tratamento. As mulheres representam a metade das 34 milhões de pessoas que vivem com HIV/Aids no mundo.
"Depois de muitos anos, somos mais mulheres que homens em uma plenária. Ao menos teve sentido brigar por mais presença das mulheres”, celebrou Bianco no início da sessão em que expuseram Barton Haynes, professor da Universidade Duke; Chewe Luo e Geeta Rao Gupta, da UNICEF; e Linda Scruggs, apresentada por Bianco como "a líder positiva que trouxe as vozes e as caras da epidemia”.
 Scruggs, quem recebeu do presidente dos Estados Unidos Barack Obama uma "Honorável Menção” em 2010, destacou que "existe uma conjunção de questões de gênero específicas que dá lugar a vulnerabilidades particulares padecidas por mulheres em todo o mundo e que diferem da experiência dos homens tanto nos EUA como em nível mundial, o que causa um número cada vez maior de mulheres que contraem a infecção”. Scruggs disse que a violência de gênero é causa e consequência da transmissão de HIV nas mulheres e assinalou que "existem oportunidades chave e benefícios para a comunidade quando se assegura não só o acesso das mulheres a testes, cuidado e tratamento, mas também sua conclusão no debate do planejamento e da investigação que finalmente ajudarão a terminar com a Aids”.
FEIM participa da XIX Conferência Internacional sobre o HIV, onde expõe e organiza múltiplas atividades para promover a prevenção e o tratamento para mulheres e jovens e para defender os direitos sexuais e reprodutivos. A conferência reúne em Washington mais de 23 mil delegados de mais de 195 países sob o tema "Juntos mudando o rumo” e com a esperança de iniciar o caminho para o fim da epidemia, segundo os organizadores.
 Bianco expôs na segunda-feira no painel-debate "Contribuições para integrar o HIV e a violência contra as mulheres nas respostas nacionais ao HIV” organizada pela Campanha As Mulheres Não Esperam, FEIM e a Internacional AIDS Women Caucus (IAWC). Também participou como oradora na sessão satélite "Diálogo Integrador sobre a promoção de direitos de saúde sexual e reprodutiva de mulheres jovens que vivem com HIV”, expôs o pôster "O impacto em mulheres e meninas da Estratégia de Igualdade de Gênero nos projetos do Fundo Mundial” e coordenou o simpósio "Mudando o rumo contra a violência”.
No domingo pela tarde, momentos antes da abertura da conferência, se realizou a Sessão Satélite Pré-Conferência "Mulheres e meninas mudando o mundo”, organizada pelo IAWC, FEIM, a coalizão Women Arise e Center for Health ande Gender Equity. Bianco abriu a reunião convidando as mulheres e jovens a considerar os temas chave da Conferência. "Estas reuniões são uma oportunidade para que nós mulheres nos encontremos e possamos levantar os temas que mais nos interessam e como organizar nossa participação na conferência para que tenha maior impacto”.
Francoise Barre-Sinoussi, co-descobridora de HIV e presidenta de IAS França, explicou nesta oportunidade as prioridades da Declaração final da conferência e disse que as mulheres estão incluídas nos nove pontos do documento, desde as chamadas populações chave até o acesso a tratamento e à prevenção, e assinalou por sua vez a necessidade de incorporar mulheres na pesquisa sobre HIV.



A notícia é da FEIM.

Fonte: Adital

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