As mulheres e as meninas têm que ser incorporadas em toda
sua diversidade nas respostas ante o HIV/Aids, sem discriminação nem
criminalização. Como isso ainda não acontece, insistimos”, disse Mabel Bianco,
presidenta da Fundação para Estudo e Investigação da Mulher, ao coordenar a
sessão plenária de hoje "Mudando o rumo da transmissão”, na XIX
Conferência Mundial de Aids que acontece em Washington.
A reunião plenária se
referiu à situação de maior vulnerabilidade das mulheres e das meninas frente à
epidemia e se explicaram as razões pelas quais elas devem ser uma prioridade na
investigação, no cuidado e no tratamento. As mulheres representam a metade das
34 milhões de pessoas que vivem com HIV/Aids no mundo.
"Depois de muitos anos, somos mais mulheres que homens
em uma plenária. Ao menos teve sentido brigar por mais presença das mulheres”,
celebrou Bianco no início da sessão em que expuseram Barton Haynes, professor
da Universidade Duke; Chewe Luo e Geeta Rao Gupta, da UNICEF; e Linda Scruggs,
apresentada por Bianco como "a líder positiva que trouxe as vozes e as
caras da epidemia”.
Scruggs, quem recebeu do presidente dos Estados Unidos
Barack Obama uma "Honorável Menção” em 2010, destacou que "existe uma
conjunção de questões de gênero específicas que dá lugar a vulnerabilidades
particulares padecidas por mulheres em todo o mundo e que diferem da
experiência dos homens tanto nos EUA como em nível mundial, o que causa um
número cada vez maior de mulheres que contraem a infecção”. Scruggs disse que a
violência de gênero é causa e consequência da transmissão de HIV nas mulheres e
assinalou que "existem oportunidades chave e benefícios para a comunidade
quando se assegura não só o acesso das mulheres a testes, cuidado e tratamento,
mas também sua conclusão no debate do planejamento e da investigação que
finalmente ajudarão a terminar com a Aids”.
FEIM participa da XIX Conferência Internacional sobre o HIV,
onde expõe e organiza múltiplas atividades para promover a prevenção e o
tratamento para mulheres e jovens e para defender os direitos sexuais e
reprodutivos. A conferência reúne em Washington mais de 23 mil delegados de
mais de 195 países sob o tema "Juntos mudando o rumo” e com a esperança de
iniciar o caminho para o fim da epidemia, segundo os organizadores.
Bianco expôs na segunda-feira no painel-debate
"Contribuições para integrar o HIV e a violência contra as mulheres nas
respostas nacionais ao HIV” organizada pela Campanha As Mulheres Não Esperam,
FEIM e a Internacional AIDS Women Caucus (IAWC). Também participou como oradora
na sessão satélite "Diálogo Integrador sobre a promoção de direitos de
saúde sexual e reprodutiva de mulheres jovens que vivem com HIV”, expôs o
pôster "O impacto em mulheres e meninas da Estratégia de Igualdade de
Gênero nos projetos do Fundo Mundial” e coordenou o simpósio "Mudando o
rumo contra a violência”.
No domingo pela tarde, momentos antes da abertura da conferência,
se realizou a Sessão Satélite Pré-Conferência "Mulheres e meninas mudando
o mundo”, organizada pelo IAWC, FEIM, a coalizão Women Arise e Center for
Health ande Gender Equity. Bianco abriu a reunião convidando as mulheres e
jovens a considerar os temas chave da Conferência. "Estas reuniões são uma
oportunidade para que nós mulheres nos encontremos e possamos levantar os temas
que mais nos interessam e como organizar nossa participação na conferência para
que tenha maior impacto”.
Francoise Barre-Sinoussi, co-descobridora de HIV e
presidenta de IAS França, explicou nesta oportunidade as prioridades da
Declaração final da conferência e disse que as mulheres estão incluídas nos
nove pontos do documento, desde as chamadas populações chave até o acesso a tratamento
e à prevenção, e assinalou por sua vez a necessidade de incorporar mulheres na
pesquisa sobre HIV.
A notícia é da FEIM.
Fonte: Adital
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