quarta-feira, 27 de junho de 2012

Religiosa recebe o reconhecimento de heroína pela luta contra o tráfico humano

Irmã Azeret Kidane, comboniana residente em Jerusalém, foi homenageada pela sua contribuição extraordinária ao combate ao tráfico de seres humanos.


O Departamento do Tráfico de Pessoas dos Estados Unidos conferiu à Irmã Azeret Kidane, comboniana residente em Jerusalém, o reconhecimento de heroína. A cerimônia, refere o portal do Patriarcado Latino de Jerusalém, foi realizada em 19 de junho, e a religiosa foi homenageada pela sua contribuição extraordinária ao combate ao tráfico de seres humanos. A premiação coincidiu com a publicação anual do relatório sobre tráfico humano do Departamento de Estado.
Irmã Azeret é membro ativo da Comissão para a Coordenação da Atividade Pastoral com os trabalhadores estrangeiros e requerentes de asilo do Patriarcado Latino. O prêmio foi um reconhecimento pela sua atuação em uma campanha realizada em Israel, junto com médicos que atuam pelos Direitos Humanos. O trabalho chamou a atenção do mundo para o tráfico sistemático, sequestros e torturas perpetradas aos refugiados do Deserto do Sinai antes da entrada em Israel.
“Nos dois últimos anos, centenas de requerentes de asilo, vítimas de torturas e do tráfico, compartilharam comigo as histórias inarráveis de prolongado sofrimento físico e psicológico aos quais foram submetidas pelos traficantes no Deserto do Sinai”, disse a Irmã. Ela ainda completou: “Nenhum ser humano gostaria de ouvir os testemunhos chocantes que ouvi cotidianamente na clínica aberta pelos médicos pelos Direitos Humanos em Israel”.
A religiosa denunciou que os requerentes de asilo são detidos à força, torturados e muitas vezes mortos no Sinai e que o mundo não faz o bastante para deter essa violência. Disse ainda que os esforços que faz com os médicos para os Direitos Humanos em Israel ajudam, mas não são a solução, ela pede uma ação internacional.
Dos testemunhos recolhidos na clínica onde atua com os médicos, chegou-se à seguinte estatística: 59% dos novos pacientes foram expostos a torturas e tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes; 81% dos pacientes da clínica foram acorrentados ou mantidos em cativeiro no Sinai; 39% foi exposto à tortura ou assistiu à morte de pessoas no caminho de Israel; 11% dos pacientes apresenta cicatrizes no corpo; e 178 afirmam ter sido alvo de disparos na fronteira entre Egito e Israel.
Fonte: Rádio Vaticano

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