As mulheres não encontram entre nós a valorização e a compreensão que encontraram em Jesus. Não sabemos olhar para elas como as olhava Jesus. Mas muitas vezes são também elas que, hoje com sua fé em Jesus e seu sopro evangélico, sustentam a vida das nossas comunidades cristãs.
José Antonio Pagola comenta o Evangelho do XIII Domingo do
Tempo Comum.
A cena é impressionante. O evangelista Marcos apresenta uma
mulher desconhecida como um modelo de fé para as comunidades cristãs. Dela
poderão aprender a olhar para Jesus com fé, como ter um toque de cura com ele
encontrando a força para começar uma vida nova, cheia de paz e de saúde.
Ao contrário de
Jairo, identificado como “chefe da sinagoga” e homem importante em Cafarnaúm,
esta mulher não é ninguém. Só sabemos que tem uma doença secreta, normalmente
de mulheres, o que lhe impede viver como uma mulher saudável, esposa e mãe.
Ela sofre muito
física e moralmente. Ela gastou tudo o que tinha na procura de médicos, mas
ninguém conseguiu curá-la. No entanto, recusa-se a viver para sempre como uma
mulher doente. Ela está sozinha. Ninguém a ajuda a se aproximar de Jesus. Ela
saberá encontrá-lo, no entanto.
Ela não espera
passivamente que Jesus se aproxime dela. Ela não espera que ele a toque com
suas mãos. Ela vai olhar. Irá superar todos os obstáculos. Ela fará tudo o que
está ao seu alcance. Jesus compreenderá seu desejo de uma vida mais saudável.
Ela confia plenamente no seu poder de cura.
A mulher não se
contenta apenas em ver Jesus de longe. Ela busca um contato mais direto e
pessoal. Age de forma decisiva, mais não é um agir louco. Não quer incomodar
ninguém. Aproxima-se de Jesus por trás da multidão, e toca seu manto. Nesse
gesto delicado se manifesta sua plena confiança em Jesus.
Tudo aconteceu em
segredo, mas Jesus quer que todos saibam da grande fé desta mulher. Quando ela,
assustada e trêmula, admite o que fez, disse Jesus: “Filha a tua fé te salvou.
Vai em paz e com saúde”. Esta mulher, com sua capacidade de buscar e aceitar a
salvação oferecida a nós em Jesus é um modelo de fé para todos.
Quem ajuda as
mulheres de hoje ao encontro com Jesus? Quem tenta entender os obstáculos que
encontrem na Igreja de hoje para viver sua fé em Cristo, em paz e saúde? Quem
valoriza a fé e os esforços das teólogas que, sem nenhum apoio e vencendo todos
os tipos de resistência e rejeição, trabalham incansavelmente para abrir
caminhos que permitam às mulheres viver com mais dignidade na Igreja de Jesus?
As mulheres não
encontram entre nós a valorização e a compreensão que encontraram em Jesus. Não
sabemos olhar para elas como as olhava Jesus. Mas muitas vezes são também elas
que, hoje com sua fé em Jesus e seu sopro evangélico, sustentam a vida das
nossas comunidades cristãs.
Fonte: Ihu
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