segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Deputado Jean Wyllys divulga documentário de jornalista de Cuiabá sobre prostituição

O deputado federal pelo Rio de Janeiro, Jean Wyllys compartilhou em sua página oficial no facebook na tarde de quinta feira (28) o documentário da jornalista de Cuiabá, Isabela Mercuri, "Puta porque sim: quando a prostituição é feminismo", que dá voz as prostitutas de quatro estados do Brasil que estão na profissão por escolha própria. Ele ainda menciona que foi convidado a dar entrevista para o filme, mas que não pode por questões de agenda.


Abordar e colocar em discussão temas que estão fora de nossa realidade incomoda tanto algumas pessoas que por isso preferem ignorá-los ao invés de entendê-los. Entender não significa tomar partido, mas apenas “captar a intenção, perceber a razão” como diz o dicionário, e a partir dessa compreensão respeitar o outro.

Entendimento, respeito e garantia de direitos é o que propõe o documentário “Puta porque sim: quando a prostituição é feminismo”, da jovem jornalista Isabela Mercuri. Uma introdução de empoderamento feminino já prepara o expectador para o tema em questão e revela suas protagonistas: mulheres cis e trans, putas por que querem, muitas vezes marginalizadas por esta escolha.

“Joga pedra na Geni, joga bosta na Geni, ela é feita pra apanhar, ela é boa de cuspir, ela dá pra qualquer um, maldita Geni”. A interpretação viva e intensa de Letícia Sabatella da canção clássica de Chico Buarque ilustra uma realidade de preconceito, estigma social, marginalização de mulheres que declaram durante o filme serem silenciadas até mesmo por movimentos que dizem lutar pelo empoderamento feminino.

O filme não teve orçamento, não teve patrocínio. Foi realizado com auxílio de amigos, partindo da vontade de uma ainda estudante de jornalismo sair de sua zona de conforto e entender uma realidade distante da sua e respeitá-la. Depois de uma introdução ao feminismo durante seu intercâmbio no Canadá, Isabela viu a pregação óbvia de que prostitutas são apenas mulheres que tem seus corpos explorados. Mas ao voltar para o Brasil uma entrevista na Revista Fórum com a neta da maior ativista favorável a regulamentação da prostituição, Gabriela Leite, lhe chamou a atenção para outras vozes dentro deste contexto.

“Eu tinha a ideia de que a prostituição era só uma exploração daquelas mulheres, foi ai que eu vi a entrevista da Gabriela Leite. A partir daí eu decidi que queria conhecer outros pontos de vista, comprei o livro da Gabriela e depois da Lola Benvenutti e comecei a enxergar as outras realidades e opiniões do assunto”.

Produzido como trabalho de conclusão do curso de jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o documentário foi filmado em dois meses com locações em quatro estados: Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

As protagonistas foram contatadas pelo facebook. “Procurava as páginas das associações de prostitutas de todo o país no facebook, quando encontrava adicionava a presidente para conversar e falar do meu projeto, pedir indicações para entrevistas”.

No decorrer da produção do filme, Isabela descobriu uma grande defasagem na luta por melhorias da profissão prostituta, que é a falta de organização e conhecimento das próprias profissionais. “Poucos estados possuem Associação porque a maioria delas tem medo de mostrar o rosto e defender sua realidade por conta do preconceito social. Algumas até recusam a regulamentação por não entenderem o que essa conquista significa e quais as melhorias que traria”.

O deputado federal Jean Wyllys é quem encabeça o projeto de lei “Lei Gabriela Leite” que defende a regulamentação da prostituição, que foi criado inicialmente por Fernando Gabeira durante seu mandato entre 1995-2011 e arquivado, sendo reformulado por Wyllys.


Sobre o documentário “Puta porque sim”, Jean comentou: “Em 2014 recebi um convite para um documentário que, infelizmente, por questões de agenda, não pude participar, mas que agora ficou pronto e traz uma importante visão sobre a regulamentação da prostituição como atividade profissional de fato reconhecida e detentora de direitos e proteção, sobre a decisão voluntária pela prostituição, e sobre como o feminismo pode sim convergir e conversar com o movimento das prostitutas pelo reconhecimento de sua cidadania. Independentemente da sua opinião sobre o tema, vale a pena assisti-lo!”.

O documentário é um letreiro luminoso de bordel que pisca e avisa que existe sim prostitutas que gostam do seu trabalho, que defendem sua realidade: Puta por que sim, sim!

Fonte: http://www.olhardireto.com.br/

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