A Polícia Federal (PF) deflagrou
na madrugada desta quarta-feira (16) duas operações com o objetivo de
desarticular um grupo que fraudava o sistema financeiro nacional, adquirindo
dólares e outras moedas estrangeiras de forma ilícita. Em seguida, a quadrilha
investia os valores no mercado negro do aliciamento de mulheres brasileiras
para fins de prostituição no exterior.
De acordo com a corporação, cerca
de 100 policiais federais cumprem 30 mandados judiciais na capital paraense –
15 de prisão preventiva, cinco de condução coercitiva e dez de busca e
apreensão. A expectativa da PF é que uma grande quantidade de moeda estrangeira
seja apreendida durante as operações.
Alguns alvos de uma das
operações, a Check in 2, eram investigados por suspeita de aliciar passageiros
e contratar mulas para a compra e venda ilegal de moeda estrangeira nas
dependências do Aeroporto Internacional de Belém e também estavam envolvidos
com o aliciamento e envio de mulheres para a Guiana Francesa e o Suriname,
objeto da segunda operação, a Operação Raabe.
A quadrilha mantinha
relacionamento com doleiros e casas de câmbio em São Paulo, Manaus e Macapá e
teria movimentado cerca de R$ 54 milhões apenas no último ano. Os membros do
grupo contavam com o auxílio de veículos carregados de moeda estrangeira e
nacional que funcionavam como casas de câmbio ambulantes.
“A ramificação da quadrilha responsável pelo
aliciamento de mulheres para prostituição no exterior é proprietária de dois hotéis
em Belém, utilizados para o trânsito das mulheres, que aí permaneciam até que
fosse preparada toda a documentação para que fossem entregues para a
prostituição no exterior”, informou a corporação, por meio de nota.
Segundo o comunicado, uma das
vítimas foi localizada por policiais no exterior, quando já estava grávida e
dependente de drogas, vivendo de forma precária em um garimpo no Suriname.
Um dos líderes da quadrilha é
conhecido na capital paraense como “corretor de gente” e atuava como negociador
de pessoas para estabelecimentos comerciais de prostituição no exterior.
Os dados colhidos pelas operações
serão investigados por policiais federais em mais 16 países, por meio de 32
representações da PF na Europa e na América Latina, na tentativa de ampliar o
conhecimento sobre as atividades da quadrilha. A corporação informou que,
somente neste ano, foram abertas mais de 40 investigações para coibir o tráfico
de seres humanos para o exterior.
Os investigados vão responder
pelos crimes de organização criminosa, câmbio ilegal, lavagem de dinheiro e
tráfico de pessoas.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/
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