sexta-feira, 19 de junho de 2015

Professor diz em post que discussão sobre machismo é 'falta de sexo'


Uma publicação em uma comunidade no Facebook de alunos das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), que fica em Botafogo, na Zona Sul do Rio, está causando polêmica dentro da universidade carioca e nas redes sociais. Em resposta a um post de aluno que questionava sobre um suposto machismo em uma publicidade de cosméticos, o professor Pedro Murad afirmou: "sugeriria você colocar que isso é falta de sexo mesmo! (para não dizer falta de p...)", escreveu.

Ao G1, por telefone, o docente disse que "não foi uma ação do professor, foi da pessoa Pedro Murad". "Foi um lapso infeliz, ruído de comunicação que não poderia acontecer. Mas está tudo bem. Bola para frente", afirmou o professor, que dá aulas em duas disciplinas na faculdade.
A aluna Caroline Laymar, de 23 anos, cursa o sétimo período de jornalismo e chamou a atenção do professor, que rebateu: "Policiamento no Facebook, a essa hora?", questionou.
A aluna se diz indignada pelo comentário, já que os alunos estavam discutindo justamente o machismo na publicidade e se houve erro na campanha.

"Se debater comunicação é 'falta de p...', a vontade que dá é de largar a faculdade. E esse comentário machista tentando deslegitimar a fala dos alunos, como se a nossa vida girasse em torno de um pau, é mais imatura que de muitos alunos ali", disse ao G1.
Em repúdio, o coletivo Feminista da Facha, o Pagu, escreveu uma nota na mesma rede social, acrescentando que já recebeu outras denúncias do mesmo tipo de comportamento do professor em sala de aula.
"Estamos extremamente decepcionadas com tal afirmação, uma vez que, diante de uma pesquisa sobre desigualdade de gênero, o professor recorre aos mesmos recursos preconceituosos e justifica pela falta de falo a razão para tal questão. Senhor professor, as mulheres, portanto, estão inaptas biológicamente a serem respeitadas por si próprias, uma vez que não nasceram com tal “pau” que o senhor sugere? Precisamos de relações sexuais com o sexo masculino para, assim, não nos manifestarmos? ", questiona a nota.
A Facha foi procurada pelo G1, mas até a publicação desta reportagem não havia comentado o caso.

Fonte: G1 Globo

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