Graças à insistência de algumas mulheres que “batalham”
nos hotéis da rua Guaicurus e que já sofreram ameaças ou agressões de pessoas
armadas, os donos dos estabelecimentos aceitaram colocar detectores de ,metais
nas portarias. Esta medida isolada ainda
não garante devidamente a segurança das mulheres, e devem ser exigidas novas
medidas para proteger a vida e integridade física.
Em ano de Copa do Mundo, momento em que o movimento
em prostíbulos de da zona boêmia de Belo Horizonte tendem a aumentar, a
Associação dos Amigos da Rua Guaicurus, com o apoio da Polícia Militar,
resolveu instalar detectores de metais nas portas de prostíbulos. O objetivo é
evitar que pessoas armadas entre nos imóveis e coloquem em risco a vida de
prostitutas e clientes.
Os equipamentos, que custaram para a associação
aproximadamente R$ 50 mil, foram instalados no mês de janeiro. “Temos
preocupação com a segurança dos hóspedes e das funcionárias. O equipamento é
uma prevenção”, explicou o secretário da associação, Rubens Amora.
Segundo ele, a proposta foi apresentada pela
Polícia Militar no fim do ano passado.
“Observamos que os estabelecimentos não tinha
controle das pessoas que entravam e saíam do prédio. Tínhamos casos de
prostitutas que eram ameaçadas e de criminosos que cometiam crimes na região e
usavam os estabelecimentos para se esconder. A ideia é para garantir a
tranquilidade das profissionais do sexo e dos visitantes”, contou o
subcomandante do 1º Batalhão de Polícia Militar, Gedir Rocha.
Ao todo, 12 prostíbulos das ruas Guaicurus, São
Paulo e Curitiba contam com os equipamentos. Instalado na região há mais de 50
anos, o Hotel Stylus foi um dos estabelecimentos que recebeu o detector.
Geralmente, o local recebe, no começo de mês, 3 mil pessoas por dia.
“A instalação, com certeza, vai ajudar a prevenir
os crimes. No nosso hotel, nunca tivemos casos de violência, mas é bom saber
que agora podemos contar com o equipamento de segurança´”, disse o gerente
Cláudio Sampaio.
Além da polícia, prostíbulos e a associação, as
prostitutas também aprovaram o detector. De acordo com a presidente da
Associação de Prostitutas de Minas Gerais (Aspromig), Cida Vieira, várias
profissionais do sexo já foram agredidas e casos de morte já foram
registrados.
“O último foi em agosto de 2013. Bia, de 67 anos,
foi assassinada com um punhal dentro de um dos quartos na rua Guaicurus. As
profissionais se uniram para exigir seus direitos. A violência contra as
mulheres não pode continuar. Estamos defendendo o turismo sexual”, contou Cida.
A presidente disse que, após o Carnaval, os
porteiros passarão por um treinamento de abordagem para que possam executar com
eficiência os trabalhos nas portarias. Atualmente, ainda de acordo com Cida,
cerca de nove estabelecimentos não adotaram o equipamento. Mas segundo os
proprietários de alguns deles, a intenção é colocar o detector também após a
festa carnavalesca.
“É uma questão de respeito com as profissionais e
os clientes. Os prédios têm por obrigação de cuidar da segurança de quem vive
ou passa pelos imóveis”, finalizou a presidente.
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