Muitas pessoas, em sua maioria homens, afirmam que as
mulheres não sabem o que querem, que se contradizem e mudam de opinião acerca
de tudo a todo tempo.
Por Patrícia Sebastiany Pinheiro
Da mesmíssima forma como ocorre com o sexo masculino,
podemos mudar de opinião constantemente, descobrir e redescobrir nossos
desejos, ir do amor à indiferença, se assim quisermos. Mas, pensando nas
mulheres com quem convivo, posso assinalar algumas coisas que desejamos.
Queremos, da mesma forma que os homens, gozar da liberdade
de vestirmos o que bem entendermos sem que precisemos nos preocupar com
qualquer tipo de preconceito ou assédio. Que nosso caráter e nossa
disponibilidade sejam medidos por nossas palavras, e nunca pelo tamanho de
nossas saias.
Queremos a paz de ter nossos corpos e vidas livres de todas
as construções machistas que ainda estão por aí nos cercando, nos melindrando,
nos diminuindo aos pouquinhos. Que não nos empurrem padrões de beleza, que, por
hipótese alguma, nos designem papeis que não desejamos cumprir, e que parem de
reforçar, dentre tantas outras tristes ideias, que o homem é a vítima no
casamento.
Queremos ser vistas e tratadas como seres humanos complexos
e ricos que somos, e não como meros pedaços de carne. Que os olhares que
diariamente percorrem nossos corpos em busca de coxas e seios, experimentem se
colocar em nossa posição, de corpos que são facilmente taxados de gostosos ou
feios, de “pegáveis” ou não. Os olhares não devem desconsiderar que somos
sujeitos de nossa sexualidade, não objetos da sexualidade alheia.
Queremos, com todas estas exigências, que entendam que não
somos e nem queremos ser melhores que os homens, buscamos apenas a igualdade, o
que é justo, o que nem deveríamos ter que pedir porque respeito já deveria ser
nosso, mas que muitos não enxergam.
Queremos, acima de tudo, que não melindrem e banalizem
nossos apontamentos acerca daquilo que nos atinge, que não intitulem frescura o
que somos nós exercendo nosso direito de luta.
Não é preciso saber tudo, basta entender o que
reivindicamos. Alterar todas estas ideias e comportamentos do dia para a noite
é realmente utópico, pois ainda há toda uma cultura que nos desfavorece. O que
queremos é que, ao invés de ajudar a alimentá-la, que passem a se juntar a nós
nessa constante análise e crítica, desconstrução e construção de valores e
comportamentos. Para que, exatamente da forma como o feminismo propõe,
atentando-nos aos pequenos detalhes do cotidiano, através do diálogo, do
descobrimento e encontro de nossos ideais, possamos ser igualmente
beneficiados, possamos crescer juntos.
Autora: Patrícia Sebastiany Pinheiro tem 21 anos. É gaúcha de Santa
Maria, mas atualmente mora em Florianópolis. Apaixonada por moda e
assumidamente viciada em filmes e séries. Estudou Psicologia por três anos na
UFSM e, devido a paixão pela escrita, pretende se voltar para a área do
Jornalismo. Escreve em seu blog pessoal e mantém uma página no Facebook.
Fonte: Blogueiras
Feministas
Um comentário:
Muito obrigada por compartilhar meu texto, que honra!
Beijo enorme,
http://patriciapinheirotextos.blogspot.com.br/
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