Segundo a polícia, ela identificava possíveis vítimas pelo
Orkut e Facebook. Operação Ninfas prendeu cinco e libertou 10 vítimas na
Espanha.
Uma goiana está entre os cinco presas na Espanha durante a
Operação Ninfas, deflagrada pela Polícia Federal em colaboração com a polícia
espanhola, que libertou 10 vítimas do tráfico internacional de mulheres, sendo
cinco brasileiras. Segundo a PF, a integrante da quadrilha tinha o papel de
identificar as vítimas em potencial por meio de perfis nas redes sociais Orkut
e Facebook. O esquema contava com colaboradores em Goiânia e Anápolis.
Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (10), o
delegado regional executivo da PF, Umberto Ramos Rodrigues, disse que a goiana
era casada com o sócio de uma das duas boates alvo da Operação Ninfa,
deflagrada na noite de terça-feira. Entre os presos está um espanhol apontado
como líder da quadrilha. Sogro da goiana, ele chegou a ser detido em Goiás em
2007, pelo mesmo crime, e é considerado
foragido da Justiça brasileira.
Deflagrada simultaneamente no Brasil e na Espanha, a
Operação Ninfas recebeu o nome de uma das três boates investigadas na Europa.
Em duas delas, a polícia libertou 10 mulheres traficadas, mantidas em cárcere
privado, em duas boates espanholas. Das vítimas, cinco são brasileiras: três de
Goiás, uma do Rio de Janeiro e outra do Paraná.
No país europeu, os agentes deveriam cumprir nove mandados
de prisão, mas quatro suspeitos não foram localizados. No Brasil, a PF cumpriu
cinco mandados de busca e apreensão e quatro conduções coercitiva em Goiânia,
Anápolis e Brasília.
Segundo o delegado Rodrigues, entre os conduzidos
coercitivamente estão o irmão da goiana presa na Espanha. A PF chegou a pedir a
prisão dessas pessoas, suspeitas de colaborar com o grupo, mas a Justiça
determinou a condução coercitiva.
A operação teve início no meio do ano passado após
investigações das policiais dos dois países. Segundo a PF, uma organização
criminosa agenciava mulheres brasileiras, a maioria delas de Goiás, com falsas
promessas de trabalho como domésticas. Quando chegavam ao país, eram exploradas
em boates, como forma de pagarem a dívida contraída para a realização da
viagem. O esquema era idêntio ao que foi mostrado pela novela Salve Jorge, da
Rede Globo.
Segundo o delegado Rodrigues, as mulheres chegavam à Espanha
devendo cerca de R$ 4 mil. O dinheiro era depositado por integrantes da
quadrilha na conta dos "colaboradores" em Goiás. A quantia servia
para a aliciada retirar o passaporte, comprar a passagem e embarcar com cerca
de R$ 1 mil em dinheiro. "Essa quantia servia para despistar a imigração
quando chegavam na Europa, como prova de que tinham condições de se manter como
turistas", explica.
A Operação Ninfas é segunda grande ação internacional de
combate ao tráfico de pessoas desencadeada pela Polícia Federal e pela Polícia
da Espanha somente neste ano.
Em Goiás, o tráfico de mulheres para fins de prostituição é
investigado desde 1999, quando foram detectados os primeiros casos. Ao G1, o
secretário de Assuntos Internacionais, Elie Chidiac, disse que 2000 a 2013
foram instaurados cerca de 15 inquéritos no estado. Ele estima que, nesse
período, cerca de três mil goianas acabaram nas mãos dos aliciadores.
Fonte: Globo
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