A deputada federal Érika Kokay (PT-DF), que preside a CPI, disse que “tudo indica que [as redes de tráfico e exploração sexual] são um esquema acoplado às grandes obras”. A deputada disse que o depoimento de Lucenilda evidencia a ação de uma rede de tráfico e exploração especializada em atender à “demanda por mulheres” vinculada às grandes obras, como Belo Monte. “A situação é muito mais grave, a partir da revelação de que os exploradores atuaram em Jirau e depois em Belo Monte,” disse.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de
Pessoas ouviu ontem (5) o relato da conselheira tutelar de Altamira, Lucenilda
Lima, sobre a situação de uma adolescente de 16 anos, mantida em cárcere
privado e explorada sexualmente em um prostíbulo localizado dentro do canteiro
da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. A conselheira disse que um dos
responsáveis pelo prostíbulo também era processado por exploração sexual por
manter uma casa de prostituição no canteiro da Usina Hidrelétrica de Jirau, no
Rio Madeira (RO).
A reportagem é de Luciano Nascimento e publicada pela
Agência Brasil – EBC, 07-03-2013.
Após o depoimento da conselheira tutelar, a deputada federal
Érika Kokay (PT-DF), que preside a CPI, disse que “tudo indica que [as redes de
tráfico e exploração sexual] são um esquema acoplado às grandes obras”. A
deputada disse que o depoimento de Lucenilda evidencia a ação de uma rede de
tráfico e exploração especializada em atender à “demanda por mulheres”
vinculada às grandes obras, como Belo Monte. “A situação é muito mais grave, a
partir da revelação de que os exploradores atuaram em Jirau e depois em Belo
Monte,” disse.
A conselheira tutelar de Altamira, Lucenilda Lima,
testemunhou à CPI sobre a situação de uma adolescente de 16 anos, mantida em
cárcere privado e explorada sexualmente na Boate Xingu, localizada dentro do
canteiro da Usina de Belo Monte, após ter sido traficada de Santa Catarina.
Depois de fugir do local, a adolescente denunciou a situação ao conselho
tutelar.
A denúncia resultou em uma operação da Polícia Civil e do
conselho tutelar em fevereiro, que libertou 18 pessoas, entre mulheres,
adolescentes e travestis, e na prisão de quatro pessoas, entre elas Adão
Rodrigues e a sua companheira, Solide Fátima Triques, donos da Boate Xingu. Os
casos de exploração sexual descobertos na região vão ser investigados pelo
Ministério Público Federal .
Durante seu depoimento, Lucenilda disse que Rodrigues
respondia a processo pela mesma prática por um prostíbulo no canteiro da Usina
Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO). “Está claro que se ele veio de lá é
porque alguém intercedeu por ele,” disse. Lucenilda também questionou o fato da
boate funcionar próximo ao canteiro de obras. Ela relatou que, durante a
operação de resgate, passou por três guaritas de controle do canteiro para ter
acesso ao local.
A conselheira disse à CPI que as mulheres, adolescentes e
travestis estavam confinadas em pequenos quartos sem janelas e ventilação, com
apenas uma cama de casal, e que permaneciam trancadas por cadeados fechados no
lado de fora das portas. Elas eram provenientes dos estados do Paraná, de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul.
Após o depoimento da conselheira tutelar, a deputada Érika
Kokay defendeu a responsabilização dos empreiteiros do consórcio e disse que a
CPI vai convocá-los para depor. “As construtoras têm que ser responsabilizadas
em casos de exploração sexual de adolescentes parecidos com esse. Elas são
cúmplices pela omissão com a situação e por silenciarem sobre essas práticas”
Além da conselheira tutelar, também estava previsto o
depoimento da mãe da adolescente resgatada. De acordo com Érika, o depoimento
vai ocorrer em outro momento. “Tem uma série de providências para que elas
consigam vir com segurança,” disse.
Fonte: Agência Brasil
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