A Equipe da Pastoral da Mulher de BH, Unidade
Oblata em MG, participou, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), do Ciclo de Debates “Dia Internacional da
Mulher - Mulheres contra a Violência: Autonomia, Reconhecimento e Participação”.
O evento faz parte das reflexões propostas pelo Legislativo mineiro a partir do
Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, para abordar os tipos de violência
contra a mulher que vão além da agressão física.
Dentre os objetivos do evento,
destaca-se a discussão acerca das diversas situações de violência que as
mulheres enfrentam no dia a dia, com foco em questões relativas à raça, à
orientação sexual, à faixa etária, à situação de privação de liberdade, às
mulheres deficientes, às mulheres do campo e da floresta, às quilombolas e às
profissionais do sexo. Foi abordada também a importância da desconstrução do
machismo na sociedade brasileira para o enfrentamento da violência contra a
mulher. A deputada Marília Campos (PT) acompanhou e participou ativamente neste
Ciclo de debates, e ressaltou a campanha #NãoSeCale, adotada neste ano para
convocar as mulheres à mobilização.
Os debates da manhã, coordenados
pela deputada Geisa Teixeira (PT), abordaram as questões de gênero nas escolas, violência contra lésbicas, bissexuais e
transexuais (LBT) e a violência contra prostitutas.
A subsecretária de Estado de
Informação e Tecnologias Educacionais, Júnia Sales Pereira, falou sobre a
violência e as questões de gênero nas escolas. Insistiu em não banalizar este fenômeno,
dando o máximo apoio às vitimas e em
lutar contra a invisibilidade, registrando estes fatos , pois
a violência contra a mulher foi silenciada historicamente e socialmente.
A representante, em Minas Gerais,
da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Anyky Lima explicou
que a violência contra este grupo social
é constante, já que sofrem agressão nas ruas, são humilhadas, roubadas e muitas
são assassinadas.
A psicóloga da Pastoral da Mulher
de BH, Isabel C. Brandao participou do Painel “Violência contra as
prostitutas”, contextualizando a problemática, e expondo como o estigma que
sofre a mulher que exerce a prostituição é fonte de todo tipo de
violências. Posteriormente pudemos
assistir ao vídeo produzido pelo projeto Diálogos pela Liberdade (promovido
pela Pastoral da Mulher de BH) , “Batom
com preconceito – Comparando as putas com a gente?”. Neste vídeo de
sensibilização apresenta-se um conflito cotidiano vivenciado pelas
profissionais do sexo: a ocultação da atividade para manter-se preservada
diante do olhar que julga e condena.
A continuação abordou o tema Maria Aparecida Menezes Vieira,
coordenadora-geral da Associação das Prostitutas de Minas Gerais. Para ela a
violência cometida contra as garotas e garotos de programa é invisível para a
população. Ela reclamou dos órgãos públicos,
e em particular os de direitos humanos, que têm dificuldade para abraçar a
causa das prostitutas. Insistiu em que a dificuldade procede de uma sociedade é
conservadora e preconceituosa, o que torna a questão mais moral e religiosa que
social ou jurídica.
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