Uma das vítimas afirmou que
suspeito ainda tentou agarrar as estudantes; homem foi conduzido à delegacia,
negou o crime e foi liberado.
Uma festa para comemorar a
formatura de um estudante da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), na
região Central do Estado, virou caso de polícia depois que três universitárias
foram agredidas por um jovem de 28 anos que tentou beijá-las e agarrá-las,
conforme relato das vítimas registrado no boletim de ocorrência da Polícia
Militar. O caso aconteceu no último sábado (20), quando o suspeito foi ouvido
na Delegacia de Plantão, negou o crime e foi liberado.
Segundo uma das vítimas, a
estudante de engenharia geológica Nara Hangai Costa, de 23, a confusão
aconteceu no fim do evento realizado na República Pif Paf, localizada na praça
Américo Lopes, no bairro Nossa Senhora do Pilar, quando ela e as amigas estavam
em um cômodo usado como boate.
“Desde o começo da comemoração,
na noite de sexta, ele estava perturbando e constrangendo as meninas. Por volta
das 5h do sábado, uma das minhas amigas foi ao banheiro e, ao retornar,
reclamou que foi assediada por um participante da festa. Em seguida, vimos o
mesmo homem tentando agarrar uma outra menina que estava com a gente. Ela, para
se defender, mordeu uma das orelhas dele, que agarrou o braço da menina com
força”, explicou a estudante.
Ao presenciarem a cena, Nara e a
outra universitária que foi abordada por ele na porta do banheiro tentaram
intervir. Nesse momento, o agressor, muito exaltado, partiu para cima delas.
“Foi tudo muito rápido. Eu levei um soco no queixo e caí um pouco tonta. A
minha amiga foi atingida no olho. Tinham cerca de 30 pessoas no momento da
agressão, algumas nos retiraram da república, enquanto as outras seguraram o
homem até a chegada da polícia. Enquanto aguardava o policial, ele chegou a
quebrar várias coisas na casa”, contou a universitária, que mora com as outras
vítimas na República Rebu.
Com a chegada da viatura, as
garotas e o jovem, que é engenheiro metalúrgico, foram encaminhados à Unidade
de Pronto Atendimento (UPA) e, em seguida, levados para a Delegacia de Plantão
da cidade.
“Nos fomos ouvidas primeiro. O
delegado informou que seria marcada uma audiência. Logo depois, ele prestou
depoimento e foi embora. Sabemos que a polícia fez tudo dentro da lei, mas,
mesmo assim, ficamos indignadas. Ele poderia muito bem ir atrás da gente após
sair da delegacia”, disse Nara.
De acordo com a assessoria de
imprensa da Polícia Civil, o homem, que negou o crime, mas se recusou a dar a
sua versão do que teria acontecido, assinou um Termo Circunstanciado de
Ocorrência (TCO) por lesão corporal leve, onde a pena varia de três meses a
três anos de prisão. Em relação aos danos materiais no imóvel, nenhum
representante da república registrou queixa contra o homem. Nesta terça-feira
(23), ele foi informado que uma audiência está marcada para o dia 14 de março
no Juizado Especial Criminal de Ouro Preto.
Suspeito foi convidado para festa
Segundo Nara, o jovem é
ex-morador da República Pif Paf e foi chamado para a festa do estudante que se
formou na sexta. No evento, que tinha bebidas alcoólicas liberadas, só entrava
convidados.
“Conhecemos ele na festa. É comum
que as repúblicas chamem os ex-moradores para os eventos. Depois das agressões,
algumas pessoas nos falaram que esse homem já tem um histórico de agressões e
seria lutador de jiu-jitsu em uma academia de Belo Horizonte”, disse a
universitária.
No entanto, conforme a Polícia
Civil, o agressor não tinha antecedentes criminas antes da confusão do sábado.
Procurada pela reportagem de O TEMPO, a Federação Mineira de Jiu-Jitsu informou
que o homem não é registrado na federação como lutador.
A confusão durante o evento
repercutiu entre os universitários e foi parar nas redes sociais. Na página da
República Rebu no Facebook, as moradoras publicaram uma postagem contando o que
aconteceu e repudiando a violência contra mulheres.
Fonte: O Tempo
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