Carros apreendidos durante
operação da Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou uma
operação para desarticular uma organização criminosa que utilizava uma seita
religiosa para se apropriar de bens de fiéis e submetê-los a trabalhos
forçados, em condições análogas à escravidão.
Uma operação da Polícia Federal
desarticulou, na manhã desta segunda-feira, uma seita religiosa suspeita manter
trabalhadores em regime na escravidão em Minas, Bahia e São Paulo. Segundo a
PF, o grupo é investigado ainda pela prática dos crimes de tráfico de pessoas,
estelionato, lavagem de dinheiro e outros.
Ao todo, a corporação cumpre 129
mandados, sendo seis de prisão temporária, seis de busca e apreensão e 47 de
condução coercitiva e 70 de sequestro de bens, envolvendo imóveis, veículos e
dinheiro. Em Minas, a ação está concentrada em Pouso Alegre, Poços de Caldas,
Andrelândia, Lavras, Minduri, São Vicente de Minas - Sul do estado - e
Carrancas (Campo das Vertentes). Os municípios baianos de Remanso, Marporá,
Barra, Ibotirama, Cotegipe e a capital de São Paulo também são alvos da
operação. Até o fim da manhã, agentes da PF prenderam em quatro pessoas em São
Paulo e apreenderam cinco veículos. Segundo a assessoria de comunicação da PF,
a operção ainda está em andamento.
De acordo com as investigações,
os fiéis que ingressavam na seita "Jesus, a verdade que marca" eram
forçados ao trabalho escravo em fazendas e eram convidados pelos líderes do
grupo a doar bens. Para convencer as vítimas a entregar os patrimônios, os
suspeitos diziam que "tudo seria de todos".
Os investigadores estimam que o
valor dos bens recebidos em doação chegue a cerca de R$ 100 milhões. Parte do
patrimônio foi convertida em fazendas, casas e veículos de luxo. A Operação De
Volta para Canaã 1 é resultado dos trabalhos que tiveram início em 2011 e que
resultaram em uma ação conjunta da PF, Ministério do Trabalho e Emprego e o
Ministério Público do Trabalho.
Na ocasião, foi descoberto um
esquema de exploração do trabalho humano e lavagem de dinheiro praticado por
líderes religiosos. Os suspeitos podem responder por redução de pessoas à
condição análoga à de escravo, tráfico de pessoas, estelionato, organização
criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Fonte: Estado de Minas
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