O rosto bonito e o jeito educado de Felipe Moura Rabelo, de
25 anos, escondiam as verdadeiras intenções do rapaz. Bem vestido e articulado,
ele procurava garotas de programa de Belo Horizonte e, depois de praticar sexo
com elas nas residências delas, as ameaçavam com uma arma, anunciava o assalto
e fazia uma limpa nos imóveis. Roubava, principalmente, dinheiro e notebooks.
Antes de fugir, o jovem fazia um terror: ameaçava voltar para matar as vítimas,
caso elas o denunciassem à polícia. As prostitutas eram procuradas nos anúncios
de jornais e internet e em sites que oferecem serviço de acompanhantes de
executivos e serviço de massagem.
Chega a 11 o número de vítimas de Felipe Moura Rabelo, de 25
anos, apresentado na manhã desta segunda-feira como autor de assaltos em série
contra prostitutas em Belo Horizonte. Seis vítimas já o haviam reconhecido e,
de acordo com o delegado Sandro Lana de Limas, outras cinco procuraram a
polícia ao longo do dia depois da imprensa divulgar as imagens dele. O rapaz
foi encaminhado nesta noite ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp)
Gameleira.
Das seis primeiras vítimas, apenas uma delas não manteve
relações sexuais com o suspeito. “Ele ligou no celular da minha amiga. Muito
educado, disse que trabalhava na Fiat e que sairia às 18 horas. Depois de duas
horas, ele chegou com uma mochila cheia de produtos roubados. Durante a ação,
ele ameaçou matar meu cachorro”, disse uma garota de programa, de 25 anos, que
preferiu o anonimato.
Felipe foi preso na casa onde mora com a família, no Bairro
Lagoa, Região de Venda Nova, durante cumprimento de um mandado de prisão
temporária. Segundo a Polícia Civil, ele ainda foi autuado em flagrante por
porte ilegal de arma de fogo. Ao ser apresentado nesta manhã, ele alegou
desemprego como motivação para os assaltos, se dizendo arrependido dos crimes.
Os primeiros registros de assaltos cometidos por Felipe
contra prostitutas foram feitos em março. O rapaz escolhia as vítimas por meio
de sites especializados e classificados de jornal. O alvo era sempre
prostitutas que atendiam em local próprio. Segundo a polícia, ele só anunciava
o assalto depois de concluído o serviço sexual da vítima. De uma das mulheres
ele chegou a levar R$ 1 mil. Quando não havia dinheiro, ele roubava
computadores e sempre levava o chip do celular da vítima, ameaçando voltar caso
a polícia fosse acionada.
Registro da moto de
Felipe no Detran levou a polícia a identificá-lo e prendê-lo
Segundo a polícia, Felipe foi identificado depois de cometer
um assalto no Bairro Nova Suissa, Região Oeste da capital. No endereço, moravam
duas garotas de programa. Umas delas do imóvel enquanto a amiga atendia o o
rapaz. Atenta, ela anotou a placa da moto do suposto cliente. Quando retornou
ao local, a mulher foi rendida juntamente com a colega. As duas registraram
Boletim de Ocorrência, informando a identificação do veículo usado pelo assaltante.
O registro da moto no Detran levou a polícia até o endereço
residencial de Felipe. A foto foi apresentada a possíveis vítimas, e seis
prostitutas o reconheceram. A partir de então, a Justiça expediu um mandado de
prisão contra Felipe. Segundo a polícia, as outras cinco mulheres que
procuraram a delegacia no decorrer desta segunda-feira também registraram
queixa formal contra ele. O delegado Sandro Lana acredita que pode haver mais
vítimas.
Felipe Moura Rabelo foi levado para o Centro de
Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira
Fonte: (Andréa Silva e Cristiane Silva) Estado de Minas
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