Ongs denunciam situação na ONU, alertando que essas mulheres
estão se endividando e sendo exploradas.
Na preparação para
receber milhares de turistas estrangeiros, aumenta de forma preocupante o
número de cirurgias plásticas por parte de prostitutas que querem estar também
em suas melhores condições para lucrar com o evento. O problema é que, para
pagar por essas operações de aplicação de silicone e outras iniciativas, essas
mulheres estão sendo obrigadas a trabalhar de dez a doze horas por dia para
quitar suas dívidas, e nas piores condições.
A exploração no mercado da prostituição é uma das denúncias
que foi feita ontem pelas ongs brasileiras nos debates na ONU, em Genebra. As
entidades se reuniram para lançar um apelo para que o governo estabeleça planos
para remediar violações de direitos humanos, como no campo de moradia.
Segundo o informe apresentado, as obras da Copa ameaçam
desalojar 258 mil brasileiros nas doze cidades do Mundial.
Mas outra dimensão da denúncia se refere à exploração
sexual. “Muitas mulheres que trabalham no mercado da prostituição agora estão
endividadas e estão sendo exploradas para justamente pagar pelas protesis que
colocaram”, indicou Larissa Araujo, representante da Articulação Nacional para
os Comitês Populares da Copa.
A ong não tinha números dos casos citados. Mas indicou que
pesquisas feitas em locais próximos a estádios com prostitutas revelam que
estão com sérios problemas financeiros por conta de operações que realizaram ou
que plenajam fazer. O temor das entidades é de que muitas delas não estejam
passando por cirurgias por livre e espontânea vontade, mas sim forçadas por
agentes.
Muitas delas estão saindo de seus estados e indo até as
grandes cidades, como São Paulo e mesmo capitais no Nordeste, para fazer as
operações. “Não existe um plano nacional para proteger essas mulheres, como a
Europa fez durante os Jogos Olímpicos de 2012 em Londres”, apontou a ativista.
A Secretaria de Direitos Humanos do governo federal iniciou
uma ação para mapear os locais em estradas que poderiam ser centros de
exploração sexual e para que haja uma espécie de campanha de prevenção.
Mas as
ongs apontam que, até agora, pouco foi feito.
Fonte: O Estadão
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