Há muita preocupação com o tráfico de seres humanos em
Mpumalanga, província da República da África do Sul que faz fronteira
com a de Maputo, sul de Moçambique.
A criança fica inconsciente e, quando desperta, não sabe
onde está...
Miranda Mlhanga é sul-africana. É ela quem faz a coordenação
da equipe multi-setorial que, na província de Mpumalanga, luta contra o tráfico
de seres humanos.
Tráfico, um fenómeno que, segundo ela, está a atingir
contornos alarmantes.
Diz Miranda que, em Naas, no Município de Nkomazi, por
exemplo, as crianças, durante o dia, dormem nas escolas porque, à noite, vão à
prostituição e aquelas que não frequentam a escola são traficadas para outras
zonas; que há mulheres e crianças que são levadas de Maputo para África do Sul
para serem escravizadas.
Trabalham como empregadas domésticas, fazem trabalho forçado
nas farmas, vendem maçaroca nos mercados, são prostituidas e ao mesmo tempo são
usadas para o tráfico de órgãos humanos.
E o problema do tráfico humano, tendo como propósito a extração
de órgãos ou partes do corpo, é mesmo um grande drama.
Miranda Mlhanga, coordenadora da equipa multi-setorial que,
na província de Mpumalanga, luta contra o tráfico de seres humanos, a dizer que
os curandeiros, ou médicos tradicionais, usam partes do corpo humano para múltiplos
propósitos.
Curandeiros que acreditam em particular que usando partes do
corpo é possível preparar um bom remédio, ou medicamento tradicional.
Medicamento que serve para fazer com que as pessoas tenham sorte e consigam
ficar ricas.
E acreditam, ainda, que crianças pequenas podem vir a dar
boas prostitutas porque elas são o que chamam de “frango fresco”, acrescentou
Miranda Mlhanga para quem tais práticas constituem um tabu e é muito mau.
A procuradora sul-africana chama ainda a atenção das
comunidades para um facto: os traficantes estão agora a usar um esquema; dão
boleia às crianças, oferecem-lhes bebidas, sumo, habitualmente.
Só que é sumo que contém droga. A criança fica inconsciente
e, quando desperta, não sabe onde está, sendo, depois, traficada e explorada.
Miranda Mlhanga não apresenta dados estatísticos, mas diz
que o número de casos, na província sul-africana de Mpumalanga, é muito
elevado.
Fonte: www.portaldeangola.com
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