Na Barragem Jirau, em Rondônia, foi registrado aliciamento
de jovens. “Os estupros chegaram a 392 depois do início da construção das
barragens, mais do que dobrou em relação ao período anterior às obras. Em Porto
Velho, o índice de estupros aumentou 18%. Depois da chegada dos operários, o
número de habitantes subiu de seis para 20 mil. O número de bordéis cresceu e
agora disputam espaço com outros tipos de comércio, como farmácias e armazéns”.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes ouviu na tarde dessa terça-feira relato da
representante da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens
(MAB), Alexânia Rossato, sobre o aumento de vítimas de exploração sexual em
obras de construção de hidrelétricas.
Alexânia citou uma série de casos aos parlamentares. Segundo
a representante, na Barragem Jirau, em Rondônia, foi registrado aliciamento de
jovens. “Os estupros chegaram a 392 depois do início da construção das
barragens, mais do que dobrou em relação ao período anterior às obras. Em Porto
Velho, o índice de estupros aumentou 18%. Depois da chegada dos operários, o
número de habitantes subiu de seis para 20 mil. O número de bordéis cresceu e
agora disputam espaço com outros tipos de comércio, como farmácias e armazéns”,
disse.
De acordo com Alexânia Rossato, há casos de exploração
sexual infanto juvenil na Barragem de Barra Grande, na divisa do Rio Grande do
Sul com Santa Catarina, e no Pará, onde está sendo construída a Usina de Belo
Monte. “Esperamos que todas as denúncias feitas aqui sejam levantadas e
apuradas e os criminosos sejam punidos. Contamos com a CPI para desvelar o mal
que assola tantos jovens em nosso país, na construção de grandes obras, que
farão tão bem para o Brasil. Nossa matriz energética não pode carregar isso
junto consigo. Não pode carregar o princípio desse mal”, disse Alexânia.
A deputada federal Érika Kokay (PT-DF), presidenta da CPI,
disse que a comissão continuará fazendo audiências e "a partir delas,
oferecer mecanismos de proteção às nossas crianças com relação aos impactos
provocados pelas grandes obras". “É inadmissível que nós tenhamos que
escutar um relato desse sobre uma coisa que deveria só nos orgulhar, que é a
construção de novas hidrelétricas. Não há dúvida de que as grandes obras têm
deixado rastro de violação de direitos e o agravamento da violência sexual de
crianças e adolescentes”, disse a presidenta.
Em abril, a comissão vai ouvir os representantes das
construtoras.
Fonte: Agência Brasil
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