A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan)
anunciou ontem (22) a constituição de uma rede para discussão e criação de
iniciativas empresariais contra a exploração sexual de crianças e adolescentes
em grandes eventos internacionais que serão realizados no Brasil e que estará
atuante na Copa do Mundo de 2014.
A decisão foi tomada hoje durante um seminário da Firjan
para angariar apoio das corporações para suas iniciativas contra a exploração
sexual infantil no país. O seminário marca os dois anos da instalação de um
compromisso dos industriais com o tema, o Pacto Corporativo de Enfrentamento à
Violência Sexual Infantojuvenil, iniciado em 2010, próximo do começo do projeto
ViraVida, capitaneado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi).
"A Firjan está
na base de estruturação deste compromisso corporativo, ao lado da secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República. Esse compromisso, lançado há dois
anos, vai crescendo na convicção da Firjan, na convicção do governo federal, na
associação e trabalho conjunto com a Conanda [Conselho Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente]", declarou a ministra da Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes.
O pedido para a
constituição da rede partiu da ministra e o compromisso de mobilização da
Firjan para criação da rede foi assumido pelo presidente da entidade, Eduardo
Vieira, durante o evento.
A rede entre os
empresários se juntaria a redes semelhantes do governo e da sociedade civil
organizada (terceiro setor) na discussão de regras e iniciativas para proteção
das crianças e adolescentes nos eventos internacionais, já atuando na Copa do
Mundo de 2014.
Maria do Rosário
também deu grande atenção e importância à necessidade de se pensar o papel da
atuação em rede, algo fundamental para o combate a esse tipo de crime. Ela
destacou os esforços de se estabelecer uma rede de equipamentos públicos
qualificados, que inclua não só os conselhos tutelares e órgãos de assistência
social, mas também postos de saúde e escolas, que têm grande potencial de
atuação na prevenção à violência contra crianças e adolescentes.
Projetos piloto de
grandes indústrias sobre a exploração sexual infantil também foram destacados
pela ministra, incluindo esforços em grandes obras públicas e em iniciativas
que geram o deslocamento de grande número de trabalhadores por empresas
públicas, como Petrobras e Itaipu, e para os grandes eventos públicos, pela
rede hoteleira, no âmbito nacional.
Outras questões de peso, como a inclusão de cláusulas de
responsabilidade sobre exploração sexual para as empresas em contratos de
financiamento de grandes obras públicas, a exemplo do que ocorre com o trabalho
escravo, não foram discutidas em aberto, mas permearam os bastidores do
seminário.
Durante o seminário, o presidente da Firjan criticou a baixa
adesão das empresas às iniciativas de combate à exploração sexual de crianças e
adolescentes. "Nós temos 10 mil associados. Pouco importa se é uma empresa
controlada pelo poder público, privado ou por capital estrangeiro. Estão aqui
desempenhando um papel econômico e social. Se nós acharmos que a empresa é
apenas um objetivo econômico, eu acho que este empresário não tem um futuro lá
muito brilhante", criticou.
Fonte: Agência Brasil
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