Bandeiras com frases “Somos putas, deixe-nos trabalhar”,“Basta de assédio policial”, “As multas não nos libertam” foram levadas pelas mascaradas ao longo da marcha. Para as trabalhadoras do sexo, é injusto que a polícia as persiga ao invés de combater as máfias e os cafetões que se beneficiam do ofício alheio.
Manifestar faz parte do cotidiano de uma sociedade que busca
transformação. Assim é Barcelona e seus protestos cativantes que tomam conta
das ruas. Nesta quinta-feira (26) foi a vez do coletivo de prostitutas mostrar
a cara e soltar a voz. Com máscaras multicoloridas e estandartes recheados de
crítica e bom humor, as trabalhadoras do sexo subiram no salto e marcharam
contra a lei municipal que aumenta as sanções contra a prostituição.
A intenção da Prefeitura catalã é que seja modificada até o
verão, a normativa de ordem cívica que proíbe a prostituição nas ruas da
cidade. A portavoz do movimento Prostitutas Indignadas, Clarisa Velocci, disse
que a medida de aumentar as sanções multando os clientes é “hipócrita e
oportunista”. Segundo Velocci, as multas passarão de 375 a 750 euros.
Bandeiras com frases “Somos putas, deixe-nos trabalhar”,
“Basta de assédio policial”, “As multas não nos libertam” foram levadas pelas
mascaradas ao longo da marcha. Para as trabalhadoras do sexo, é injusto que a
polícia as persiga ao invés de combater as máfias e os cafetões que se
beneficiam do ofício alheio. “Tenho três bocas para alimentar. Trabalho
honestamente então porque deveria me esconder ou correr da polícia, não estou
fazendo nada de errado”, confessou Laura K., equatoriana,12 anos de profissão.
As guerreiras do 26-A foram unânimes em destacar que o papel
da polícia deveria ser o de protegê-las, e não multá-las. Outra questão
sublinhada é que a grande maioria das prostitutas não está nas ruas por prazer
e sim por uma questão de necessidade econômica e que ninguém as obriga a
exercer a profissão.
A manifestação pacífica iniciou no bairro do Raval,
conhecido como centro nervoso da prostituição e aos gritos de “Multas não,
queremos trabalhar”, passou por ruas turísticas no centro da cidade. O ápice
foi na sede da Prefeitura na Praça Sant Jaume onde foi lido um manifesto. O
documento diz que a “ordenança de civismo” não acaba com a exploração sexual e
o tráfico de pessoas e que as multas estigmatizam as prostitutas. “Estamos
cansadas de sermos tratadas como criminosas. Somos perseguidas, assediadas,
discriminadas, maltratas, xingadas. Estamos cansadas de não sermos protegidas
pelo Estado, de não sermos respeitadas como seres humanos. Basta”, gritou
Valentina F., brasileira, 14 anos de serviços sexuais.
Mais de 50 entidades assinaram o manifesto e rejeitaram a
ordem cívica de Barcelona que proíbe a prostituição nas ruas.
A força das redes
sociais
Sob as hashtags #maniputa e #26Alaputacalle, a manifestação
está tendo um massivo acompanhamento no Twitter. Por meio da ferramenta virtual
muitas pessoas estão opinando sobre a proibição da prostituição.
Fonte: tallerdiversitat.wordpress.com
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