Uma internauta recorreu ao
Facebook para alertar usuários contra um falso anúncio de emprego para
secretária. A estudante de engenharia civil Marielle Araújo, de 27 anos,
compartilhou as conversas que manteve com o suposto recrutador, que atraía
mulheres com benefícios como carteira assinada e plano de saúde em anúncio
publicado em um grupo público de postos de trabalho e estágio em São Paulo.
Ao entrar em contato com o suposto empregador,
cujo nome exibido na rede é João Marcelo, a mulher soube que, na verdade, as
habilidades necessárias incluíam o que ele descreveu como “serviços pessoais”.
Além de ser “acompanhante de luxo” em viagens nacionais e internacionais, a
profissional deveria passar a semana com o empregador.
acompanho varios grupos e
acompanho as postagens e nunca me ateneti aos anunciantes. eu nao tinha me
encaixado em nehuma oportunidade. estudante de engenharia 5 período de
engenharia civil. e o mercado está muito ruim. de uns meses pra cá decidi
buscar em outras áreas. começou a estranhar quando ele comentou se tive um
homem só. é aquela velha mania de esperar o melhor. antes de chamar ele no
inbox eu dei uma olhada no feed dele e vi que no perfil fele tem um cargo de
chefia numa multinacional e tem vários posts relacionados. eu nem cheguei a
olhar as fotos. postagens relacionadas ao meio corporativo. eu me senti burra e
me senti coagida. e voce eh mulher e precisa tabalhar, m,asnao quer duizer que
vc aceita qualquer coisa. alghuem te propor programa. Quem é mãe não pode ter
medo.
A universitária, que é casada e
tem um filho de três anos, disse que encarou a vaga como uma oportunidade já
que, com a crise, viu as opções de estágio na sua área de formação se tornarem
escassas. Segundo ela, antes de mandar a mensagem para o recrutador, avaliou as
informações em sua página pessoal, onde viu postagens sobre o mercado
corporativo e até a ligação do homem a uma empresa de consultoria sediada em
São Paulo.
— Só percebi que era picaretagem
depois, quando reli as conversas, porque estava tão empolgada com a
oportunidade que encarei como interesse profissional. Aí me senti burra e
coagida. É muito difícil ser mulher. Não é porque você precisa muito de um
trabalho que vai aceitar fazer qualquer coisa— disse Marielle.
Em mensagem privada, o recrutador
se apresentou como diretor da multinacional, e informou que a possível
funcionária se reportaria diretamente a ele, sugerindo em seguida “um bate-papo
informal para melhor conhecê-la”, como ele escreveu. Em seguida, pediu informações
de cunho privado à candidata, como se o marido havia sido o “único homem na
vida” dela. Quando a universitária informou sua pretensão salarial, João
Marcelo disse que, dependendo do que aceitaria fazer, poderia oferecer “muito
mais”. A partir desse ponto, Marielle começa a demonstrar desconfiança, e pede
que ele esclareça seus objetivos. É quando o homem faz uma proposta de trabalho
de R$ 3 mil, explicando, em seguida, que ela deveria prestar serviços de
acompanhante para viagens nacional e internacional. “Sexo?”, pergunta a
estudante. O homem confirmou a suspeita. “Isso, mas não coloque de forma tão
pesada. Porque isso é algo entre nós... discreto e sigiloso”, respondeu.
— Quando ele confirmou que o
trabalho envolvia sexo, optei por não contibnuar a conversa e imediatamente
printei as telas e decidi compartilhar com outras mulheres para evitar que
caíssem no mesmo papo. Publiquei no meu perfil e na comunidade, marcando o
perfil dele. Em seguida, apagou o post e me excluiu do Facebook — contou Marielle,
que escreveu “É um absurdo! A vaga é pra secretária e o cara te oferece
programa! ‘Enquanto o mundo for um lugar hostil para nossas mulheres ele sera
um lugar hostil para todos nós’ #babaca #perdedor Joao Marcelo”.
Fonte: Jornal Extra
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