Membros da Conferência dos Bispos
do Brasil lançam campanha de combate e prevenção do HIV/Aids.
Foi divulgado recentemente pela
Unaids (Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids), uma pesquisa que revela o
aumento no número de pessoas infectadas com o vírus da Aids no Brasil.
Estima-se que 734 mil pessoas estejam contaminadas no país sul-americano.
Enquanto os números de novos
casos de Aids está diminuído no mundo, no Brasil, preocupa o número de novos
infectados, principalmente entre os jovens de 15 a 19 anos. Nesta faixa etária,
entre 2004 a 2013, houve um aumento de 53% de novos casos, como mostra o
relatório anual da Unaids.
Procurada pela Adital a Pastoral
da Aids comentou os altos índice de contaminações pelo HIV/Aids no país,
"A Pastoral tem se dedicado intensamente a desenvolver ações de informação
e esclarecimento para toda a população sobre a epidemia do HIV e Aids. Tem
feito esforço para levar orientação sobre o teste rápido de HIV e desenvolvido
campanhas permanentes de prevenção” explica o assessor nacional da Pastoral da
Aids, Frei Luiz Carlos Lunardi.
"Muito se tem conquistado em
termos de controle da epidemia de Aids, mas ainda não é o suficiente” ressalta
Lunardi. O Brasil disponibiliza, gratuitamente, medicamentos para a Aids, tem
toda logística de exames e acompanhamento das pessoas infectadas com o vírus
HIV.
No Brasil, segundo o assessor, há
muito conhecimento sobre a doença, como se transmite; como proceder para evitar
o contágio; maneiras de controlar o efeito do vírus no organismo. "O
grande desafio, porém, é fazer com que as pessoas estabeleçam comportamentos
seguros e que conheçam precocemente sua sorologia” afirma Lunardi.
A Pastoral da Aids vem investindo
em ações de informação e formação para a prevenção, com campanhas permanentes,
além do trabalho voltado para a promoção e o cuidado das pessoas que já são
portadoras do HIV. Mantém seus agentes permanentemente articulados e
subsidiados com materiais atualizados e seguros, para que multipliquem
informação e conhecimento, e sensibilizem a população para o engajamento na
luta contra a Aids.
Para ações de controle social, a
Pastoral acredita que é fundamental investir recursos nas políticas públicas de
combate à Aids, nas três esferas do governo: federal, estaduais e municipais.
"É fundamental ter programas de prevenção e acompanhamento permanentes e
continuados. Os agentes da Pastoral da Aids são formados e qualificados para
participarem e contribuírem a partir dos Fóruns de ONGs Aids, Comissões de
DST/Aids e Conselhos de Saúde, para que as políticas sejam formuladas e que os
recursos para o controle da epidemia e para o atendimento das pessoas
infectadas sejam garantidos” comenta Carlos Lunardi.
A Pastoral acredita ainda que o
que falta nas políticas públicas são investimentos em programas permanentes de
prevenção. Outro aspecto que, hoje, seria frágil é o subsídio para as
organizações da sociedade civil, que atingem públicos específicos e que
contribuem fazendo o trabalho que, muitas vezes, o Estado não consegue e indo
onde a rede de saúde não consegue ir.
O Brasil se comprometeu em
atingir a meta da ONU em combater o HIV até 2020. Esta meta tem como horizonte
acabar com a epidemia da Aids. O objetivo do chamados 90-90-90 é ter uma doença
em níveis controlados. Testar 90% das pessoas, tratar 90% das que forem
testadas e diagnosticadas com infecção pelo HIV e tornar, por meio do
tratamento, o vírus indetectável, em nível controlado em 90% dos testados e
tratados.
"Uma das dificuldades da
epidemia da Aids é que as pessoas descobrem tardiamente a infecção, buscando
ajuda quando o sistema imunológico já está comprometido, acometido de doenças
oportunistas, o que encarece o tratamento, dificulta o acompanhamento e aumenta
a possibilidade de óbitos. Fazer o teste precocemente tem inúmeras vantagens”
explica Lunardi.
Muitas das pessoas infectadas só
buscam ajuda quando a doença se manifesta, "Não temos ainda a cultura da
prevenção. O que precisaria ser feito é mudar esta cultura, fazendo com que as
pessoas desenvolvam uma cultura de prevenção, de cuidado preventivo com a
saúde, realizando exames periódicos, principalmente do HIV que, hoje, está
disponível em toda a rede pública de saúde, é sigiloso, rápido e gratuito”
comenta o assessor da Pastoral da Aids.
O tratamento da Aids no Brasil
virou referência no mundo todo. Cerca de 61% das pessoas infectadas são
tratadas no país, uma média bem acima da média global, que é de 41%. O Brasil
tem medicamentos ARV (Antirretrovirais) disponíveis e gratuitos, que conseguem
dar uma boa qualidade de vida às pessoas portadoras do HIV.
"O que precisaria ser feito
é convencer todos a fazerem o teste de HIV precocemente, e os portadores do
vírus a aderirem ao tratamento. Isto impediria a cadeia de transmissão” alerta
Carlos Lunardi.
Fonte: Adital
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