terça-feira, 22 de setembro de 2015

'Ela queria ser estuprada', diz vereador sobre denúncia de abusos

Coletivo feminista denunciou à Câmara Municipal violência sofrida por mulheres durante uma festa na cidade, pedindo aprovação para instalação de tenda de apoio em eventos; parlamentar pretende se retratar na sessão desta terça.

"Acho que ela queria realmente ser estuprada". Esta frase foi dita pelo vereador Helder Evangelista (PHS), na última reunião ordinária da Câmara Municipal de Viçosa, na Zona da Mata, no dia 15, e motivou um ato organizado pelo Coletivo Feminista Vacas Profanas, para esta terça-feira (22), contra o parlamentar e "para denunciar a normatização da cultura do estupro".

Assista ao vídeo do momento em que o vereador se manifesta na tribuna:


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Durante a reunião, uma das integrantes do coletivo denunciou abusos sofridos por mulheres durante uma festa na cidade no fim de semana do feriado de 7 de setembro. Ao comentar o assunto, Evangelista fez uma colocação, entendida pelo grupo feminista, como "apologia ao estupro".

"Houve uma má interpretação da coisa. Eu não faço apologia a estuprador, assim como a qualquer crime hediondo. A minha expressão, o que falei na Câmara foi em relação a um vídeo que eu recebi, eu não devia ter usado o termo estupro (...) Eu não sou a favor deste tipo de coisa não. Eu pretendo me retratar na reunião de hoje", garantiu o vereador.

Pelas redes sociais, o grupo feminista convoca as mulheres a participarem de uma ocupação da Casa Legislativa, prevista para o início da noite desta terça-feira (22).


FOTO: REPRODUÇÃO FACEBOOK

Coletivo convoca mulheres para ocuparem a Câmara Municipal

Ao verificar relatos pelo Facebook de vítimas de abuso durante o evento na cidade, o coletivo feminista se reuniu para ajudar as mulheres nessas situações de violência em festas. A ideia é ter um ponto de apoio de mulheres nas festas. Mas para isso, é necessária uma liberação da prefeitura.

"Nós entendemos essa fala como culpabilização da vítima, uma legitimação da violência, que fomos denunciar. Nada justifica o estupro", afirmou a universitária Indyra Giácomo, membro do Coletivo.


Fonte: O Tempo

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