O ensino de Jesus é claro: o
caminho para acolher Deus é acolher seu Filho Jesus presente nos pequenos, nos
indefesos, nos pobres e desvalidos. Por que o esquecemos tanto?
A leitura que a Igreja propõe
neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 9, 30-37 que
corresponde ao 25º Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. Eis o texto
A caminho de Jerusalém, Jesus
continua a instruir seus discípulos sobre o final que lhes aguarda. Ele insiste
uma vez mais que será entregue aos homens e eles o matarão, mas Deus o
ressuscitara. Marcos disse que eles “não compreendiam o que Jesus estava
dizendo, e tinham medo de fazer perguntas”. Nessas palavras percebe-se a
pobreza dos cristãos de todos os tempos. Não compreendemos Jesus e temos medo
de nos aprofundar em sua mensagem.
Quando eles chegam a Cafarnaum
Jesus lhes pergunta: “Sobre o que vocês estavam discutindo no caminho?” Os
discípulos ficam calados. Estão envergonhados. Marcos disse que no caminho eles
tinham discutido sobre qual deles era o mais importante. Certamente é
vergonhoso ver o Crucificado acompanhado de perto por um grupo de discípulos
cheios de tontas ambições. Que discutimos hoje na Igreja enquanto dizemos
seguir a Jesus?
Uma vez estando em casa, Jesus se
dispõe a lhes ensinar. Eles precisam de aprendizados. Estas são suas primeiras
palavras: “Se alguém quer ser o primeiro, deverá ser o último, e ser aquele que
serve a todos”. No grupo que segue Jesus, aquele que quer se sobressair e ser
mais do que os demais deve ser o último, atrás de todos; dessa forma ele
conseguirá ver aquilo que precisam e poderá ser servidor de todos.
A verdadeira grandeza consiste em
servir. Para Jesus o primeiro não é aquele que ocupa um cargo de importância,
mas sim aquele que vive servindo e colaborando com os demais. Os primeiros na
Igreja não são os hierarcas mas as pessoas simples que vivem socorrendo aqueles
que se encontram em seu caminho. Não podemos esquecer isso.
Para Jesus, sua Igreja deveria
ser um espaço onde todos pensam nos demais. Uma comunidade na qual estamos
atentos a quem pode estar em necessidade. Não é um sono de Jesus. Para ele, é
tão importante que lhes põe um exemplo prático.
Logo Jesus abraça a criança.
É assim como ele quer que os discípulos
o lembrem. Identificado com os fracos. Entretanto, disse-lhes: “Quem receber em
meu nome uma destas crianças, estará recebendo a mim. E quem me receber, não
estará recebendo a mim, mas àquele que me enviou”.
O ensino de Jesus é claro: o
caminho para acolher Deus é acolher seu Filho Jesus presente nos pequenos, nos
indefesos, nos pobres e desvalidos. Por que o esquecemos tanto?
Fonte: Ihu
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