O encontro busca a "construção de uma rede eficaz de
chefes da polícia que possam colaborar estritamente com a Igreja".
Uma conferência entre
funcionários de alto escalão da Igreja e policiais de 20 países para combater o
tráfico de seres humanos começou na quarta-feira (9/4) no Vaticano, na presença
de vítimas. Esta conferência, convocada até quinta-feira, busca a
"construção de uma rede eficaz de chefes da polícia que possam colaborar estreitamente
com a Igreja", informou um comunicado na semana passada.
Autoridades do FBI, da Interpol e da Europol participarão da
reunião, que é presidida pelo novo cardeal e arcebispo de Westminster, Vincent
Nichols. O tráfico de seres humanos está, segundo a Unesco, no terceiro lugar
entre os crimes cometidos na Nigéria, atrás da corrupção e do tráfico de drogas.
Esta reunião responde a uma vontade do Papa argentino de combater concretamente
os diferentes tráficos de seres humanos.
Os crimes cometidos por estas redes incluem tráfico de
mulheres e crianças para o trabalho e a prostituição, imigrantes clandestinos,
crianças soldados, fábricas, escravidão doméstica, tráfico de órgãos, entre
outros. Segundo o Vaticano, que cita estatísticas da Organização Internacional
do Trabalho (OIT), o tráfico ilegal de seres humanos gera lucros de 32 bilhões
de dólares anuais e envolve 2,4 milhões de pessoas. Uma declaração global será
adotada por todos os chefes de polícia presentes.
A Igreja, que acolhe as vítimas em suas redes de
assistência, está informada diretamente sobre estes tráficos, como ocorre com a
organização católica Caritas no México, que ajuda os imigrantes que tentam
entrar nos Estados Unidos e são vítimas dos cartéis da droga. A Caritas também
trabalha no Oriente Médio para lutar contra a escravidão doméstica da qual os
asiáticos são vítimas e no Sinai redes católicas tentam resgatar imigrantes
clandestinos africanos dos criminosos que os exploram, obrigando-os a trabalhar
para eles, cobrando somas de dinheiro ou abusando sexualmente das mulheres.
Fonte: Globo
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