A Igreja brasileira reforça que "o sucesso do Campeonato do Mundo não se medirá pelos valores que injectará na economia local ou pelos lucros que proporcionará aos seus patrocinadores. O êxito estará na garantia de segurança para todos sem o uso da violência, no respeito ao direito às pacíficas manifestações de rua, na criação de mecanismos que impeçam o trabalho escravo, o tráfico humano e a exploração sexual, sobretudo, de pessoas socialmente vulneráveis e combatam eficazmente o racismo e a violência".
O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil, que reúne a presidência e os presidentes dos regionais e das comissões
da instituição, aprovou uma mensagem sobre o Campeonato do Mundo de 2014.
Para os bispos, o Mundial de Futebol representa uma
"ocasião para refletir com a sociedade sobre as relações pacíficas e
culturais entre todos os povos, bem como sobre os aspectos sociais e económicos
que envolvem o desporto que é harmonia, desde que o dinheiro e o sucesso não
prevaleçam como objeto final, conforme alerta o Papa Francisco".
Desta forma, a Igreja brasileira lamenta que, na preparação
para a prova, "esse último aspecto tenha prevalecido sobre os demais,
motivando manifestações populares que acertadamente reivindicam a soberania do
país, o respeito aos direitos dos mais vulneráveis e efetivas políticas
públicas que eliminem a miséria, estanquem a violência e garantam vida com
dignidade para todos".
O documento ressalva que o desporto é "um direito
humano de especial valor, necessário a uma vida saudável, não devendo ser
negligenciado por nenhum povo". Reconhece ainda que que "de todos os
desportos, o povo brasileiro nutre paixão pelo futebol" o que explica a
"expectativa e a alegria com que a maioria dos brasileiros aguarda pelo
Mundial.
Na mensagem, a Igreja brasileira deixa claro que sendo
"fiel à sua missão evangelizadora, acompanha, com presença amorosa,
materna e solidária, esse grande evento que reunirá vários países e
protagonizará a oportunidade de um congraçamento universal, na alegria que o
desporto pode trazer ao espírito humano, bem como os valores mais profundos que
é capaz de nutrir”.
Na mensagem, o Conselho Nacional "solidariza-se com "os
que, por causa das obras do Mundial, foram feridos na sua dignidade e visitados
pela dor da perda de entes queridos". A mensagem sublinha também que
"não se pode admitir que o Mundial de Futebol aprofunde as desigualdades
urbanas e a degradação ambiental e justifique a instauração progressiva de uma
institucionalidade de excepção, mediante decretos, medidas provisórias,
portarias e resoluções".
A Igreja brasileira reforça que "o sucesso do
Campeonato do Mundo não se medirá pelos valores que injectará na economia local
ou pelos lucros que proporcionará aos seus patrocinadores. O êxito estará na
garantia de segurança para todos sem o uso da violência, no respeito ao direito
às pacíficas manifestações de rua, na criação de mecanismos que impeçam o
trabalho escravo, o tráfico humano e a exploração sexual, sobretudo, de pessoas
socialmente vulneráveis e combatam eficazmente o racismo e a violência".
A mensagem é assinada pelo Cardeal Raymundo Damasceno Assis
(Arcebispo de Aparecida e Presidente do Conselho Permanente da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil, Dom José Belisário da Silva, (Arcebispo de São
Luís do Maranhão) e Dom Leonardo Ulrich Steiner (Bispo Auxiliar de Brasília).
Fonte: portal Renascença
Nenhum comentário:
Postar um comentário