As meninas representam 54% da população mundial fora da
escola. A situação é mais grave nos Estados árabes, onde essa proporção é 60% e
não sofreu alterações desde 2000.
O desequilíbrio que prejudica as matrículas
de meninas nas escolas é maior nos países de baixa renda. Os dados estão no 11°
Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado nesta
quarta-feira (29) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura (Unesco).
Eliminar as disparidades de gênero na educação é uma das
metas a serem cumpridas até 2015 pelos 164 países que assinaram o Acordo de
Dacar (Senegal), durante a Conferência Mundial de Educação em 2000. De acordo
com o relatório, em 2011 apenas 60% dos países atingiram esse objetivo no nível
primário e 38% no nível secundário.
Nos países de renda média e alta, é mais comum haver
equilíbrio entre os dois sexos. Nos casos de disparidades, a situação se
inverte e prejudica mais os meninos quando se refere aos níveis da educação
secundária, indica o relatório.
É o que ocorre no Brasil, onde há equilíbrio entre meninos e
meninas na escola e a situação chega a ser inversa, explica a coordenadora de
Educação da Unesco no Brasil, Maria Rebeca Otero. “Felizmente, no Brasil não
temos muito esse problema. Até temos uma inversão, as meninas chegam mais ao
ensino médio que os meninos”, disse.
Quanto ao desafio de garantir o acesso das meninas à
educação nos países árabes, ela lembrou que é possível adotar ações que
contribuam para melhorar esse panorama. “Mesmo que se crie salas de aula só femininas,
há mecanismos que podem ser usados dentro desses países, modificando aos
poucos, respeitando a questão cultural e religiosa”, acrescentou.
O relatório destaca que além de garantir a presença das
meninas na escola, é necessário que elas tenham igualdade no processo de
aprendizagem. “A igualdade de gênero também pressupõe ambientes escolares
apropriados, práticas livres de discriminação e oportunidades iguais para
meninos e meninas desenvolverem seu potencial”.
O relatório traz dados que reforçam a importância da
educação das mulheres. De acordo com o texto, se todas as mulheres completassem
a educação primária, a mortalidade materna seria 66% menor. Oferecer educação
secundária a elas nos países pobres reduziria o nanismo em 26%.
Fonte: Agência Brasil
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