MT, PA, MG e GO têm 48% dos pontos de prostituição infantil
São mais de 1,7 mil locais de risco de exploração sexual de menores nas rodovias federais de todo o país. Os crimes normalmente ocorrem em locais como estacionamentos de postos de gasolinas e também em bares e restaurantes.
A Polícia Rodoviária Federal antecipou o resultado de um
levantamento sobre a exploração sexual de adolescentes e crianças ao longo das
rodovias de todo o país. Os números mostram o maior risco desse tipo de crime
em cada região - a maioria dos pontos é perto das cidades. No Centro-Oeste, são
quase 400 e, na Região Norte, o perigo está a cada 40 quilômetros de estrada.
O dia já estava claro quando os agentes da Polícia
Rodoviária Federal chegaram a uma casa de festa em um balneário perto de
Florianópolis. Encontraram adolescentes consumindo bebida alcoólica sem
qualquer constrangimento.
Um casal foi flagrado em um motel, na beira da estrada em
Belo Horizonte, e levado para a delegacia. O homem foi preso porque a
acompanhante era menor da idade.
Desde 2006, a polícia vem monitorando rodovias federais para
combater a exploração sexual de crianças e adolescentes. Os pontos mais
vulneráveis ficam nas BRs 230, 116 e 101, e as ocorrências são registradas
principalmente em áreas urbanas.
São mais de 1,7 mil locais de risco de exploração sexual de
menores nas rodovias federais de todo o país. Os crimes normalmente ocorrem em
locais como estacionamentos de postos de gasolinas e também em bares e
restaurantes.
Nos últimos sete anos, 3,8 mil adolescentes e crianças
estavam em situação de perigo e foram encaminhados para conselhos tutelares e
órgãos de proteção. Só em 2013, 405 menores foram resgatados. A maioria na
Bahia, no Paraná e em Minas Gerais.
Neste ano, as operações contam com o apoio do Serviço de
Inteligência da Polícia, e 142 pessoas já foram presas. “O mais frequente é um
aliciador para várias crianças. Contudo, a situação de pais explorando os seus
próprios filhos também é recorrente”, afirma Andrei Gomes, da Comissão de
Direitos Humanos da PRF.
A professora Maria Lúcia Leal, da Universidade de Brasília,
diz que além de intensificar a fiscalização nas rodovias, também é preciso
punir com rigor os donos de lojas, bares e restaurantes que criam ambientes
favoráveis ao crime vendendo bebida alcoólica para menores.
“Nós temos que responsabilizar o comerciante porque ele
também precisa entender que ele é responsável pela situação de exploração
sexual que ocorre no seu estabelecimento”, ressalta.
Fonte: Globo
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