quarta-feira, 5 de junho de 2013

Seminário discutirá direitos e analisará políticas para mulheres no Brasil

Discutir os direitos das mulheres e o avanço das políticas em favor delas. É neste sentido que o Coletivo Feminino Plural realiza na próxima quinta-feira (6) o Seminário Mulheres de olho no mundo de direitos. O evento, que acontecerá no Memorial Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, reunirá organizações feministas e especialistas no tema, e é aberto ao público.


De acordo com a coordenadora da ONG, Telia Negrão, a ideia é socializar informações e trocar experiências entre as organizações participantes, já que há anos o Coletivo Feminino Plural participa do monitoramento nacional e mundial de políticas para as mulheres. "É importante socializar essas experiências e acrescentar novas informações. Vamos fazer um apanhado geral do monitoramento mundial dos direitos das mulheres, ver como foram criados os relatórios, as convenções internacionais, os mecanismos como os Comitês, e saber como as organizações da sociedade civil podem contribuir e participar deste processo”, explica.

Telia informa que o seminário discutirá temas referentes às mulheres destacados pelas Nações Unidas como saúde da mulher e direitos sexuais e reprodutivos, temática que engloba, entre outras, discussões sobre mortalidade materna e aborto; também o tráfico de pessoas e a violência contra a mulher. "O tráfico de pessoas é um assunto que está na pauta mundial e tem crescido junto com a globalização”, ressalta.

Segundo ela, o Brasil tem sido criticado quanto ao enfrentamento ao tráfico de seres humanos, porque apesar de ter realizado a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) o país não conseguiu dar respostas satisfatórias sobre o problema. Além disso, o II Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas foi aprovado recentemente, com bastante atraso.

Telia lembra ainda que o Brasil não é um país que apenas "exporta” para o tráfico, mas também recebe pessoas de países mais pobres que são exploradas pelas redes de tráfico de pessoas. "Isso faz com que o país tenha que adotar uma postura mais firme e ter uma abordagem mais responsável sobre o tráfico humano”, analisa.

Sobre a implementação e o avanço dos direitos das mulheres, o seminário analisará o questões como o empoderamento político das mulheres, a educação e a saúde. "O empoderamento político das mulheres é um tema chave, pois apesar de o país ter uma mulher na presidência da República, a participação política das mulheres ainda é baixa, não conseguimos avançar no empoderamento das mulheres. Na área da saúde é importante debater a feminização da epidemia do vírus HIV, que está relacionada com a violência contra a mulher”, explica Telia.

Ela alerta ainda que a epidemia de AIDS entre as mulheres como resultado de violência sexual, provoca ainda outras violências para essas mulheres que sofrerão preconceitos, estigmatização e discriminação por conviverem com o vírus HIV.

Por fim, Telia enfatiza a importância de as organizações feministas, da sociedade civil, movimentos sociais e população monitorarem e acompanharem o cumprimento dos convênios internacionais firmados e a implementação de políticas nacionais sobre os direitos das mulheres. "É extremamente importante e possível ter participação na política do país e monitorar as ações, mas para fazer isso é necessário se apropriar das informações, das técnicas para poder participar”, finaliza.

Violência contra a mulher

A violência contra a mulher não significa apenas a agressão física, mas também a violência sexual, moral, psicológica, patrimonial e o tráfico de mulheres. A violência doméstica e sexual, uma das formas mais comuns e conhecidas de agressão às mulheres, são uma das principais violações de direitos humanos, constituindo uma questão de gênero.

Dados do ‘Mapa da Violência 2012. Atualização: homicídios de mulheres no Brasil’ revelam que entre 1980 e 2010 mais de 92 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, sendo que quase a metade – 43,7 mil – foram assassinadas só na última década.


O Memorial do Rio Grande do Sul fica localizado à Praça da Alfândega, s/n, em Porto Alegre. Para mais informações ligue para +55 (51) 3221-5298 ou escreva para coletivofemininoplural@gmail.com

Fonte: Adital

Nenhum comentário: