A presidente da Associação Paraibana dos Profissionais do
Sexo, Lusa Maria,acusou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de "atos
discriminatórios" contra os movimentos sociais e as minorias.Ela repudiou
a exoneração de assessores do Ministério, que teriam permitido a divulgação da
campanha em defesa das prostitutas sem autorização da Comunicação Social do
órgão.
Ela foi uma das coordenadoras do encontro Norte/Nordeste de profissionais
do sexo, realizado em João Pessoa (PB), em março.Foi nesse evento que surgiu a
ideia da polêmica campanha para o Dia Internacional das Prostitutas, que tinha,
entre outras, a frase “Sou feliz sendo prostituta"
Lusa Maria, que é prostituta há 25 anos, disse que se sente
feliz sendo prostituta, e que o ministro não tinha o direito de intervir na
campanha. "A ação contra essa campanha é discriminatória, vamos mobilizar
a sociedade e mostrar nosso repúdio contra esse órgão preconceituoso",
afirmou.
Ela prometeu levar o caso à Associação Brasileira dos
Profissionais do Sexo, para que a entidade promova um grande protesto contra o
ministro.O evento realizado em João Pessoa teve parcerias do Governo Federal,
através do Ministério da Saúde, da Prefeitura Municipal e do Governo do Estado.
Na época, o diretor do Centro de Testagem e Aconselhamento
DSTs/Aids na Paraíba, foi um dos coordenadores do encontro regional. Roberto
Maia, por telefone, disse que não falaria sobre o assunto, porque foi exonerado
do cargo após o encontro regional. Sua sucessora, Tatiana Pinange, também não
quis emitir opinião sobre a polêmica e adiantou que pretende provocar uma
reunião com seus superiores, para tirar uma posição oficial da Secretaria
Estadual da Saúde, em consenso com os movimentos sociais que participaram do
evento em março.
A campanha também homenageia Rosarina Sampaio, fundadora da
Federação Nacional de Trabalhadoras do Sexo, que morreu no último dia 25 de
março. A ideia do Ministério da Saúde é que a mobilização fosse composta por
panfletos e cinco vídeos protagonizados por prostitutas.
Por conta da divulgação dessa campanha em redes sociais, o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, determinou a demissão de Dirceu Greco,
diretor do Departamento de DSTs, Aids e Hepatites Virais, responsável pela
peça. A justificativa do Ministério da Saúde foi que a exoneração de Greco se
deu pela divulgação da campanha sem autorização.
O material foi produzido após a realização dessa oficina,
para abordar os cuidados com a saúde. Representantes de organizações não governamentais,
associações e movimentos sociais que atuam com as profissionais do sexo de
todas as regiões do país participaram do evento.
O ministro garantiu que o panfleto com a mensagem "Sou
feliz sendo prostituta" não deve ser veiculado em campanha do ministério.
A pasta lançou nas redes sociais no último final de semana uma campanha o
objetivo de reduzir o estigma da prostituição associada à infecção pelo HIV e
Aids.
Fonte: www.portalcorreio.uol.com.br
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